terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nota sobre o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo


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A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, manifesta-se por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo. A memória desta data reporta-nos ao assassinato dos profissionais do Ministério do Trabalho ocorrido no dia 28 de janeiro de 2004, durante uma fiscalização de denúncia sobre trabalho escravo na cidade de Unaí-MG.
Infelizmente, o trabalho escravo ainda é uma realidade presente em muitas regiões do Brasil, não só no meio rural, mas também em atividades urbanas. A miséria, a impunidade e a ganância constituem-se em fatores geradores e mantenedores deste crime que violenta a dignidade humana.

A Igreja Católica, ao longo dos anos, tem se empenhado para que esta prática seja definitivamente erradicada.  Recordamos o trabalho da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Mutirão Pastoral de Superação do Trabalho Escravo, aliados aos esforços de outras pastorais e de tantos agentes de pastoral que procuram conscientizar a sociedade e denunciar os casos de trabalho escravo. Reconhecemos, contudo que é um processo difícil e lento. No ano de 2012 foram contabilizados 189 casos, com 2.723 trabalhadores libertados. Frente a esta realidade temos um longo caminho a percorrer até que acabe esta prática abominável. Esperamos que a Campanha da Fraternidade de 2014, que tratará do tema, contribua para maior conscientização, prevenção e denúncia destaatividade ilegal.

Somos solidários com todas as vítimas, do campo e da cidade, bem como aos seus familiares. Agradecemos a todas as pessoas e instituições que têm se empenhado no combate ao trabalho escravo. Reiteramos o apelo ao Estado brasileiro para que se comprometa efetivamente na defesa e proteção das pessoas vitimadas e também dos que combatem este mal, e que crie políticas públicas que ataquem os fatores geradores: a miséria e a impunidade.

O Documento de Aparecida afirma que a Igreja deve ser a advogada da justiça e a defensora dos pobres, diante das intoleráveis desigualdades sociais e econômicas (DAp 395). Proclamamos o inalienável valor da dignidade humana que transcende a qualquer atividade econômica, pois nela se encontra o Deus vivo, revelado em Jesus. Diante destas vidas fragilizadas testemunhamos a missão de discípulos missionários para que todos tenham vida em abundância.

A Virgem Aparecida, “Mãe do Céu Morena”, nos conduza ao seu Filho Jesus Cristo Libertador.


Dom Guilherme Werlang
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para
o serviço da Caridade, da Justiça e da Paz

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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