A Catequese é um processo complexo, que envolve o todo da pessoa, e que ajuda a fazer com que o "mistério cristão" (a pessoa, a mensagem e missão de Jesus Cristo e tudo o que dele vem) tenha eco, ressoe na vida das pessoas, repercuta e transborde, atingindo o modo de ser, viver, fazer, se relacionar, organizar a vida social e esperar a vitória definitiva de Deus sobre a morte e todo mal. (Este blog é mantido como teste para a pagina do Blogueiros em catequese - na WEB)
quinta-feira, 4 de março de 2010
OS DEZ MANDAMENTOS
VER
A tábuas da lei foram entregues a Moisés12 séculos antes de Cristo.
História do Egito:
Antigo Império (3200 a 2270 a.C.)
Médio Império (2100 a 1700 a.C.)
Novo Império (1550 a 1100 a.C.)
A religião seria de justificação da estrutura social. A vida do povo era dirigida pelo culto aos seus vários deuses.
O faraó era considerado homem-deus e só ele sabia a vontade dos deuses. Era chefe da religião e supremo do governo.
Em Gn 12, Abraão sai de sua terra em busca da terra prometida por Deus.
Em Gn 37, José foi vendido por seus irmãos , mas depois se tornou o 2º mais poderoso no Egito. Jacó e seus filhos são recebidos no Egito.
Em Ex 1,7 , chegou ao trono do Egito um novo rei que não tinha conhecido José. Ele teve medo dos israelitas que se multiplicavam e se fortaleciam. Assim, começou a perseguir os hebreus com trabalhos forçados até o nascimento de Moisés.
Pela sarça ardente, Deus falou a Moisés que havia ouvido o clamor do seu povo oprimido e que desceu para livrá-lo da mão do egípcios (Ex.3,7-9). Deus revela o seu nome “Eu sou Aquele que É”(Ex. 3,14-15).
Ao dar seu nome, Deus nos diz que quer ter um relacionamento mais familiar com o seu povo e, assim, veio libertá-lo da escravidão. Mas Deus não ia libretar o povo somente com seu poder divino, pois iria usar Moisés como seu instrumento de libertação e também através do próprio povo fortalecido pelos dons que Deus daria.
O povo deveria obedecer a voz de Deus (Deus falaria pelo povo, pela comunidade, quando esse povo agisse com um só coração) e guardar a aliança com Deus.
Dessa forma, Deus libertou o seu povo da opressão e escravidão, e queria que esse povvo continuasse livre, que não voltasse a ceitar nada que pudesse ameaçar essa liberdade. Deus, conhecendo muito bem o coração do homem e sua tendência para cair perante a tentação, propôs uma nova constituição para reger a vida desse pov: os Dez Mandamentos.
1º Mandamento: “Não terá outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra.Não te prostrarás diante desses deuses e adorarás.”(Ex 20,2-5)
É a queda dos deuses dos homens para devolver o trono para o Pai, o Deus Javé. Incentiva a formação de um só rebanho, um só pastor, Jesus Cristo Ressucitado. Um rebanho onde as ovelhas sejam iguais.
Ele não quer que haja outros deuses, ou suas imagens, que serão fontes de opressão do povo e um caminho de volta à escravidão, como no Egito.
2º Mandamento: “Não pronunciarás o nome de Javé, teu Deus, em prova de falsidade porque o Senhor não deixa impune aquele que pronuncia o seu nome em favor do erro.”
O nome de uma pessoa é importante e particular a ela. Ninguém quer que alguém abuse de seu nome.
Esse mandamento trata de algo muito mais sério que uma figura de expressão contendo o nome de Deus (Por exemplo: “Deus me livre!”,”Ai meu Deus!”). Trata-se de usar o nome de Deus ‘em prova de falsidade’ou ‘em favor do erro’, como fizeram no Egito.
O faraó, sustentado pelos sacerdotes, manteve o povo escravizado interpretando sua própria vontade como a de Deus. O povo ficava amarrado pelos detalhes das tradições e ritos.
No tempo de Jesus, todo o poder religioso e moral dos judeus estava concentrado nos zacerdotes e fariseus. Os impostos cobrados no templo incluíam 10% das colheitas e negócios todo ano. O povo sofria sob o peso da lei.
Em nome de Deus, muitos erguem templos luxuosos. Outro exemplo foi a venda de indulgências. Mais e mais a religião se desligava da vida do povo pobre. A Igreja de Amor ficou reduzida a um mínimo de práticas obrigatórias sob pena de pecado mortal.
Num esforço para garantir a presença do povo nas celebrações, o Igreja formulou seus cinco mandamentos:
1- Participar ativa e piedosamente da Missa aos domingos e festas de guarda;
2- Confessar-se ao menos uma vez por ano;
3- Comungar ao menos uma vez, pela Páscoa da Ressurreição;
4- Fazer penitência conforme estabelece o Santa Igreja;
5- Pagar dízimos segundo costume;
Em conseqüência da renovação da Igreja, inspirada pelo Vaticano II, os bispos da América Latina fizeram sua opção preferencial pelos probres.
3º Mandamento: ”Lembra-te de santificar o dia de Sábado. Mas no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor teu Deus, não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o extrangeiro que está dentro de seus muros. Porque em seis dias o senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contém, e repousou no sétimo dia, e por isso o Senhor abençoou o dia de Sábado e o consagrou. ”
Parece ao pé da letra que o 3º mandamento está nos mandando passar o sábado deitados na cama ou balançando numa cadeira... Mas, na verdade, o objetivo é não permitir que haja exploração do trabalho do povo.
Os sacerdotes exigiam que o povo honrasse o sábado, mas seus impostos esma- gavam o pobre. Jesus provocou a ira dos fariseus por sua interpretação da significação do sábado. Ele se proclamou o Senhor do Sábado. Na sinagoga, ou casa de oração, Ele curou no Sábado um homem que tinha a mão seca. Pode-se fazer boas obras no sábado: “o Sábado foi feito para o home e não o homem para o sábado”, disse Jesus(Mt 2,27).
O judeu sempre guardou o sábado como o dia de descanso. O judeu-cristão celebrava a vitória de Cristo pelo repartir do pão após o pôr do sol de Sábado, que era o primeiro dia da semana nosso Domingo(At20,7). Os primeiros cristãos celebravam no Domingo por ser o dia em que Jesus ressucitou. O muçulmano guarda a Sexta-feira.
Mas o importante mesmo é guardar a razão do dia, que Deus trouxe a libretação para o seu povo!
4º Mandamento: ”Honra teu pai e tua mãe, para que seus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus.”
Pode-se interpretar também como ‘honra as autoridades’ ou ‘honra os mais velhos’. Deus quer que a autoridade seja um serviço em prol dos outros e que ela não promova o engrandecimento das pessoas que a mantêm. Jesus ensinou a fraternidade: “decidir tudo em assembléia do povo, com igualdade”(Mt18,15-17).
Além disso, esse mandamento vem trazer a igualdade. A mãe tem a mesma autoridade do pai sobre os filhos. Dessa forma, vai-se contra a sociedade machista do Egito de Moisés e institui-se a integridade das famílias.
5º Mandamento: ”Não matarás.”
Deus viu o mal que oprimia o seu povo no Egito e Ele ouviu o seu clamor. O faraó era como um homem-deus e decidia sobre a vida e a morte das pessoas (Por exemplo: mandou as parteiras matar os meninos Ex1,16). O rei Salomão também escravizou outros povos. Os profetas sempre pregaram contra a injustiça social e a opressão, que não matavam, mas não permitiam que os pobres vivessem com dignidade(Mq2,1-2, Am2,6-10).
‘Não Matar’ também se aplica a qualquer sistema que destrói a pessoa, tirando-lhe a esperança, ou os meios de se sustentar dignamente. Quantos no mundo de hoje morrem de fome, doenças que poderiam ser evitadas ou tratadas, guerras... E até o aborto, que é uma forma terrível de se tirar a vida. Tudo por causa da falta de moral e ganância. O suicídio também é uma forma de se tirar a vida que Deus deu.
Jesus censurou impiedosamente os fariseus e doutores da lei por sua hipocrisia e arrogância (Lc11,37-52). Chamou-os de ‘sepulturas caiadas’ em Mt 23,27. Jesus surgiu como o Pão da Vida. Deus põe a vida no mundo e só Ele a pode retirar.
O 5ºMandamento vem libertar o homem da morte provocada pela soberba e ambição.
6º Mandamento: ”Não cometerás adultério.”e “Guardar a castidade”
No Egito, a sociedade era uma hierarquia onde somente os homens estavam no topo. A mulher era necessária, mas não era gente. O 6ºMandamento propõe o respeito pela pesoa humana. Deus quer a igualdade entre os homens.
O pai dá mau exemplo ao filho com deboche e considerando a mulher como objeto. E a mãe quando permite o desrespeito ou quando ensina à filha que seu valor é só o físico. Os meios de comunicação também expõe essa mensagem.
Nos documentos da Igreja Católica, há sempre esforços de promover a igualdade e o respeito. Dessa forma, Deus quer também libertar o homem do cobiça, que o escraviza e traz sofrimento.
7º Mandamento: ”Não furtarás.”
Deus é dono de tudo e fez o homem como gerente desses bens(Dt10,12-14). Mas infelizmente o homem não se contenta somente com o que ele precisa. O ter muito significa ser importante. Odesprezo à pessoa humana, à sua sua dignidade e aos seus direitos, se tornou parte da estrutura social e civil. Era isso que Deus combater com esse mandamento.
O faraó era o dono da terra no Egito antigo e tinha o direito de tirar os bens, as colheitas e os frutos do trabalho de quem quisesse.
Jesus pregou contra a cobiça escravizante: ”Considerai os lírios do campo...”(Lc12,27-31).
A terra é capaz de produzir tudo o que todos necessitam. É quando uns têm de mais é que falta para os outros.
8º Mandamento: ”Não levantarás falso testemunho.”
No Egito antigo, o reino do Faraó se baseava na mentira. Deus queria libertar o povo da opressão da autoridade do faraó. A distorção da verdade para satisfazer interesses próprios existe nos homens de poder de hoje e na antiguidade (Jr8,8).
Jesus, por falar a verdade e condenar as mentiras que os sacerdotes pregavam para oprimir o povo, sabia que seriam esses sacerdotes que iriam matá-lo. Jesus porém continuou sua missão(Mc 10,33-34).
Jesus pregava a verdade e ao mesmo tempo ele era a verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.“.
A nova sociedade de fé proposta por Deus tem a verdade como alicerce.
9º Mandamento: ”Não cobiçarás a casa de teu próximo, não cobiçarás a tua mulher, nem o seu servo, nem a sua serva...”
A casa do próximo significa sua estrutura social e costumes. Deus dá as diretrizes de como se relacionar com outros povos, tratando-os com dignidade e respeito aos seus direitos. Por exemplo, como os índios foram dizimados, e como os países pobres são dominados pelos mais ricos.
Deus também viu como no Egito a mulher era considerada objeto e queria respeito por todos os membros dos outros povos, fossem mulheres, servos ou servas. O nono mandamento adverte contra a cobiça ou concupsciência carnal. “Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinos já cometeu adultério com ela em seu coração.”(Mt5,28).
A pureza de coração nos permitirá ver a Deus e nos pernite desde já ver todas as coisas segundo Deus.
10º Mandamento: ”Não cobiçarás...nem teu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence”
Esse mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida pela paixão sem limites pelas riquezas e poder. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outros e o desejo de o ter. O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus.”Bem aventurados os pobres de coração.”
A nova sociedade que Deus propõe é fundada no respeito à vida, direito e bens de outros. Jesus diz como fazer isso: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
JULGAR
Os Dez Mandamentos formam uma só estrutura para fundar uma sociedade de irmãos. Deus viu os males no Egito que oprimiam e escravizavam o seu povo escolhido e desceu para lhe dar as diretrizes para resolver esse problemas. As dez diretrizes são como alicerces para a construção da nova sociedade de fé.
AGIR
“Que devo fazer para ter a vida eterna” – “Se queres entrar para a vida, guarda os mandamentos” (Mt 19,16-17). Jesus atestou a validade e eternidade do Decálogo.
Temos sido obedientes às leis de Deus Vamos procurar examinar a nossa vida, nosso dia-a-dia, e procurar sempre seguir os mandamento de nosso Senhor, pois eles garantem a nossa liberdade e verdadeira felicidade.
Reflexão
Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça
CNBB - Imprensa
Nenhum comentário :
Postar um comentário