Maria é geralmente
comparada à “Estrela do Mar” que protege os navegantes, mostrando-lhes o melhor
abrigo e também o porto da eterna salvação. Esta comparação teve início durante
a Idade Média, no tempo das Cruzadas, quando os cristãos atravessaram o
Mediterrâneo em demanda da Palestina, a fim de defenderem os lugares santos da
profanação dos infiéis. Eles tinham sempre na memória as lembranças das
terríveis travessias marítimas que enfrentavam as frágeis embarcações da época,
por isso recorriam ao patrocínio de Maria, quando se viam a mercê das ondas.
No tempo das grandes navegações, esta
devoção desenvolveu-se ainda mais entre os navegantes portugueses e espanhóis,
que se aventuravam no oceano imenso e desconhecido. Antes da partida das
caravelas, os viajantes assistiam a Santa Missa e imploravam a proteção da Mãe
dos Navegadores nas perigosas jornadas de além-mar.
Inúmeras invocações eram gravadas nas
popas dos barcos, os quais sempre traziam uma efígie da Rainha dos Mares no
nicho do castelo de proa, iluminada por pequena lâmpada, que o fervor da
marujada não deixava apagar.
Como é natural, logo chegou ao Brasil
a devoção dos homens do mar, sob os vários títulos conferidos à Padroeira
Celestial: Senhora dos Mares, da Boa Viagem, dos Navegantes, esta última
invocação era e é a mais usada pelos pescadores, homens modestos que
diariamente enfrentavam o furor das ondas à procura do sustento próprio e de
suas famílias, a prova disto é que os mais conhecidos Santuários de Nossa
Senhora dos Navegantes em nosso país estão situados nas zonas de pescaria, como
na Praia de Mucuripe, em Fortaleza- Ceará, em Penedo- Alagoas, Porto Alegre -
Rio Grande do Sul, Santos e Cananéia – Litoral Paulista e em Eldorado – Diadema
que fica próximo ao braço da Represa Billings.
Em todos esses núcleos de pescadores a festa da Padroeira é celebrada com
animadas procissões marítimas, precedidas da embarcação que leva a Virgem Maria,
talvez por esse motivo Nossa Senhora dos Navegantes seja geralmente
representada de pé, dentro de uma barca, tendo o Menino Jesus nos braços.
A nossa
Festa de Nossa Senhora dos Navegantes tem sua tradição deste a criação da
Igreja em 1953, na qual recebe o mesmo nome.
Esta festa surgiu com o intuito do povo louvar a Santa e pedir proteção pelas
pessoas que navegam e se banhavam na represa, por ocasião da festa o povo mais
humilde, mas de uma fé incomparável fazia seus pedidos, acendia velas e colocava
na água enquanto a procissão náutica passava, tornando assim uma festa de fé e
beleza.
Mas com o passar do tempo a festa deixou de ser religiosa, passando a ser
estritamente comercial, na qual algumas pessoas vinham para exibir seus belos
barcos. Por esta divisão de classes sociais e a grande poluição e soterramento
da Represa Billings tornou-se inviável a realização da mesma.
Após longos anos de ausência, Pe.
Odair Angelo Agostin em 1995 resgatou novamente esta festa com o seu verdadeiro
sentido religioso e mais do que isso, hoje a Festa de Nossa Senhora dos
Navegantes é um evento turístico e religioso do Município de Diadema e chegou a
fazer parte do calendário turístico do Estado.
Geralmente a Festa acontece na primeira semana de fevereiro onde o povo pode
ver a Imagem da Santa chegando de barco pela Represa e logo após seguindo em
procissão até a Igreja, onde é celebrada uma Missa em ação de graças a Santa
Padroeira dos Navegantes, e é claro que a nossa comunidade está sempre em massa
participando de todos os eventos, demonstrando o grande ato de fé, esperança e
amor que existe nesta Paróquia.
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