terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

3º Simpósio sobre o Ecumenismo e o 15º Encontro de Professores de Ecumenismo e do Diálogo Inter-religioso


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Nos dias 10 a 12/2012 de fevereiro, a Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB realizou, no Centro de Acolhida Missionária, no Rio de Janeiro, o III Simpósio sobre o Ecumenismo e o XV Encontro de Professores de Ecumenismo e Ensino Religioso. O Simpósio/Encontro de Professores contou com a participação de mais de 60 participantes, oriundos das diversas regiões do Brasil.
Além dos professores, participaram também do Simpósio bispos referenciais e assessores para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso nos Regionais da CNBB e nas dioceses, agentes das mais diversas áreas de pastoral – diáconos, padres, religiosos, leigos - e representantes da Igreja Presbiteriana Unida e da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.
ECUMEISMO_4A realização do Simpósio foi precedida pela reunião do Grupo de Reflexão sobre o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso – GREDIRE, que ajuda a Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso na reflexão sobre os desafios e as possibilidades para o diálogo no Brasil. O GREDIRE tomou conhecimento do Plano Quadrienal da Comissão Nacional, e analisou como favorecer a realização dos projetos que a Comissão possui para o ano de 2012.
Na celebração de abertura, na noite do dia 10, Dom Francisco Biasin, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, enfatizou que o ecumenismo deve ser uma opção de cada fiel católico, porque é uma opção do próprio Cristo, do seu Evangelho e da Igreja. Isso exige abertura para o outro, o diferente. Afirmou que é próprio da cultura do povo acolher o diferente, dialogar, conviver. Diante do religioso, o povo tem atitude de respeito e veneração.  Não é com ataque e defesa aos membros de outras igrejas e religiões que aprendemos a ser cristãos, mas com simpatia, acolhimento, escuta e ação conjunta. Dom Biasin comunicou que a Comissão que ele preside está disposta a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que a causa da unidade dos cristãos e o diálogo entre as religiões se intensifique no Brasil.
Visitas
O Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, visitou os participantes do Simpósio. Manifestou sua alegria em saber que havia esse Simpósio sobre Ecumenismo no Brasil e da possibilidade em visitar os participantes do evento. Falou-lhes sobre o diálogo que a Igreja católica com realiza com as Igrejas Ortodoxas e Evangélicas no nível internacional, seus desafios e seus frutos, e incentivou a todos para fortalecerem a convicção ecumênica, afirmando a centralidade da oração e a importância da formação para que o diálogo dê bons frutos.
O Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, também visitou os participantes do Simpósio, manifestando seu contentamento pelo fato de que o evento acontece no Rio de Janeiro e por constatar o número significativo de participantes, expressando seu desejo que o ecumenismo e o diálogo inter-religioso se afirme como convicção de todos e da Igreja. Falou também da preparação da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Brasil em 2013.
Conteúdo do Simpósio
ECUMENISMO_3Os participantes do Simpósio refletiram sobre A Diversidade Religiosa no Brasil. Com a  assessoria do Prof. Emerson J. Sena da Silveira, da Faculdade Federal de Juiz de Fora, analisaram os últimos dados do IBEGE sobre o universo religioso brasileiro.
Esses dados foram analisados na perspectiva sociológica, através de leituras quantitativas e qualitativas.  Constatou-se que o Brasil é fundamentalmente religioso, mesmo se tem havido crescimento no número de pessoas que dizem não terem religião nenhuma. O universo religioso é plural, mas há quem se pergunte que valor tem a diversidade religiosa no Brasil se a maioria absoluta da população é cristã. Analisando o pentecostalismo, destacou o fato de que é o neopentecostalismo que mais se manifesta hoje na sociedade brasileira, com uma variedade de características que dificultam sua compreensão.
Ecumenismo_9O Pe. Marcial Maçaneiro apresentou uma leitura teológico-pastoral do pentecostalismo. Mostrou que o pluralismo pentecostal não possibilita fáceis consensos em sua compreensão. Foram analisadas algumas das características das comunidades pentecostais que ajudam a compreenda-las em sua auto-consciência teológica, entre outras: o Batismo no Espírito, o processo de conversão, a santidade, os carismas e ministérios, a centralidade da palavra, a missionariedade. Foram analisados também alguns elementos em relação com a doutrina católica, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. Constatou-se que, não obstante as diferenças com a doutrina católica, há possibilidade de diálogo em torno desses elementos. Mostrou que esse diálogo já acontece em nível internacional desde 1972, e apresentou as iniciativas de diálogo católico-pentecostal existente no Brasil, concentradas, sobretudo, em encontros celebrativos, na perspectiva do louvor.
ECUMEISMO_1Os participantes do Simpósio refletiram também sobre o modo como a Igreja no Brasil orienta o diálogo ecumênico e inter-religioso. O Pe. Elias Wolff, assessor da Comissão Nacional,  apresentou um organograma que mostra a estrutura do serviço a favor do ecumenismo e do diálogo entre as religiões no país, e o “Plano Quadrienal – 2011-2014” da Comissão Nacional.
Reunidos por regiões do país, os participantes do Simpósio buscaram identificar algumas dificuldades, os aspectos positivos e dar sugestões para o crescimento do diálogo ecumênico e inter-religioso nos diferentes regionais da CNBB.
Das dificuldades, destacam-se:
1)    A pouca organização da ação para o diálogo ecumênico e inter-religioso nas dioceses e regionais;
2)    Algumas pessoas apresentam-se como “referenciais” para incentivar o ecumenismo nas dioceses e regionais, mas não se percebe uma atuação convicta, capaz de dinamizar a Igreja local para essa causa;
3)    O pouco investimento na formação ecumênica e inter-religiosa dos agentes de  pastoral;
4)    A pouca informação nas dioceses sobre os projetos ecumênicos do CONIC;
5)    A dificuldade para ter o apoio do clero para as iniciativas ecumênicas – como a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos;
6)    A falta de recursos para a participação em eventos ecumênicos;
Dos aspectos positivos, salientou-se:
1)    Há pessoas convictas sobre o valor do ecumenismo e o diálogo inter-religioso nas dioceses e regionais. Precisam ser fortalecidas e encontrar mais espaço para atuarem;
2)    É louvável o empenho da CNBB para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso, explicitado nos projetos da Comissão específica;
3)    A abertura para o diálogo interreligioso, sobretudo com as tradições religiosas afro;
4)    A abertura para o diálogo com os pentecostais;
Das sugestões:
1)    Fazer simpósios de formação para o ecumenismo e o diálogo inter-religioso nos regionais da CNBB para favorecer mais a participação das lideranças da região;
2)    A Comissão Nacional poderia buscar recursos para favorecer a participação das pessoas com dificuldades econômicas, mas militantes no ecumenismo e diálogo inter-religioso;
3)    Garantir sempre a presença de representantes de outras Igrejas;
4)    Tornar mais conhecido os projetos ecumênicos da Comissão Nacional nas dioceses e regionais;
5)    Temas para o próximo Simpósio: diálogo interreligioso, pentecostalismo, ensino religioso.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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