sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mons. Scicluna em Simpósio sobre abusos contra menores: quem não denuncia um crime é inimigo da Igreja


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Prosseguem, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, os trabalhos do Simpósio "Rumo à cura e à renovação", dedicado aos abusos sexuais ocorridos na Igreja contra menores, do qual participam delegados de 110 conferências episcopais e de mais de 30 ordens religiosas.

Para o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, está emergindo com clareza – da reflexão destes dias – a vontade da Igreja de dotar-se dos meios para proteger as crianças e construir um ambiente seguro para elas, tornando-se exemplo para toda a sociedade. As atividades desta terça-feira concluíram-se com uma vigília penitencial na Igreja de Santo Ignácio, com o pedido de perdão a Deus e às vítimas dos abusos.
Já os trabalhos desta quarta-feira, 9 de fevereiro, foram abertos pelo Promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, Mons. Charles Scicluna, com uma conferência sobre o tema da busca da verdade nos casos de abusos sexuais do ponto de vista das obrigações morais e legais. "Quem engana, quem não denuncia, é inimigo da justiça e, consequentemente, da Igreja" – declarou Mons. Scicluna em coletiva de imprensa. Ademais, o Promotor de Justiça reiterou o dever da Igreja de "escutar a dor das vítimas, de assisti-las, e de tratá-las com dignidade", e acrescentou que "se nota uma redução do número de novos casos e se assiste a um andamento decrescente" desses crimes. "O problema e a grande preocupação é com a Europa" – revelou –, onde emergiram ou estão emergindo muitos casos. Portanto, a Igreja tem a obrigação de cuidar das vítimas de abusos e de ajudá-las em seu percurso de cura, mas, sobretudo, tem a obrigação de denunciar tais crimes às autoridades civis do país em que eles se verificaram.
Nesse sentido, as indicações da Congregação para a Doutrina da Fé aos bispos são muito explícitas. Em particular, quando se afirma que a cooperação com os organismos de investigação deve ser total e imediata. Já no que diz respeito ao mecanismo sancionador dentro da Igreja, vinculado a normas do Direito Canônico, já existentes, a questão é diferente – precisou o Promotor de Justiça. É o caso, por exemplo, das eventuais sanções em relação àqueles bispos que se tornassem responsáveis por atitudes omissivas ou que não se tivessem atido às diretivas da Congregação para a Doutrina da Fé. Em todo caso – ressaltou Mons. Scicluna –, seria uma atitude intolerável no âmbito da Igreja. A imprensa internacional deu destaque à vigília penitencial realizada no final desta terça-feira na Igreja de Santo Ignácio. Não se tratou, como dizem muitos, de um simples mea culpa da Igreja – defendeu Mons. Scicluna –, foi muito além, prevendo medidas de prevenção e de assistência às vítimas.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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