quarta-feira, 21 de março de 2012

Grupo de Educadoras Negras da Pastoral Afro-Brasileira denunciam o racismo


Hoje, 21 de março, celebra-se  mundialmente a luta contra o Racismo. A data criada em 1992, recorda o brutal massacre de 68 negros sul-africanos, ocorrido em Shaperville em 1960 durante um protesto contra a “Lei do Passe”  que  proibia a livre circulação dos negros no país. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu esse dia como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.


O artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte: “Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.
Essa memória se faz necessária para que isso não se repita, e o mundo não se esqueça que a dívida com os países africanos continua em aberto, assim como com toda a comunidade afrodescendente da diáspora que inclui os afro-brasileiros.
O racismo se apresenta, de forma velada, sobretudo, contra a população negra. No Brasil, de acordo com os dados do Censo Demográfico 2010, os negros representam 50.7% da população. Apesar dos avanços ocorridos a discriminação racial ainda pesa sobre essa população. Um exemplo disso são os alarmantes índices de vitimização negra por homicídio no país. Em 2002, o índice nacional de vitimização negra foi de 45,8. Isto é, nesse ano, no país, morreram proporcionalmente 45,8% mais negros do que brancos. Quatro anos mais tarde, em 2006, esse índice pulou para 82,7 (morreram proporcionalmente 82,7% mais negros do que brancos). Em 2010, morreram proporcionalmente 139% mais negros que brancos, ou seja, mais que o dobro do ano 2002 (Mapa da Violência 2012). Quando voltamos o olhar para outros campos da vida social  (política, educação,trabalho, saúde, etc) as desigualdades relacionadas à raça e cor persistem, evidenciando que a o Brasil ainda tem um longo caminho a fazer no que se refere à superação da discriminação racial.
A superação do racismo será possível à medida que a sociedade romper o silêncio e passar ao debate aberto sobre o tema.
Nesse sentido os cristãos são chamados como discípulos e missionários a criar e apoiar iniciativas que contribuam no rompimento das desigualdades e inclusão social de uma grande parcela da população negra que continua a sofrer as conseqüências do racismo no cotidiano da vida. “Como Igreja, ‘advogada da justiça e dos pobres’, cabe-nos denunciar toda prática de discriminação e de racismo em suas diferentes expressões e apoiarmos as reivindicações pela defesa de seus territórios, na afirmação de seus direitos, cidadania, projetos próprios de desenvolvimento e consciência de suas culturas próprias” (Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil – DGAE, 2011-2015, nº 113).

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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