terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Filho muito amado


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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Dentro ainda do contexto do Natal, a liturgia da Igreja celebra a Festa do Batismo do Senhor. O fato, conforme registra a Sagrada Escritura (Lc 3,21), aconteceu no Rio Jordão, quando João Batista, o grande profeta da transição, batiza muitas pessoas, entre elas o próprio Jesus Cristo, com o batismo de penitência.

No cenário do batismo de Jesus fica registrada uma voz que dizia: “Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (Lc 3, 22). Isto significa que Jesus vivenciou todos os condicionamentos da pessoa humana num caminho de santidade e de compromisso com o começo de uma missão já anunciada por João Batista.
O batismo é um mergulho, que pode ser na água, mas no coração do mundo, porque ele provoca missão. Por aí deve começar uma nova humanidade, ou a construção de um mundo novo e de uma fraternidade sólida entre as pessoas. Assim podemos ser chamados também de filhos amados do Pai, e chamá-Lo de “Abbá”.
Toda pessoa batizada deve ter um coração aquecido, que arde com capacidade para despertar esperança na humanidade. Ser também agente de construção de um mundo de harmonia e fraternidade. Isto pode acontecer mesmo no meio de qualquer miséria, dor ou tentação. O importante é lutar por uma vida melhor e saudável.
Dificilmente descobrimos a grandeza e as exigências do compromisso batismal. No batismo recebemos a semente da fé, que deve ser cultivada no contexto dos relacionamentos e na construção de um novo mundo. É dever de todos, especialmente dos batizados, trabalharem na busca do bem e na preservação da natureza criada.
Pelo batismo tornamo-nos profetas, anunciadores do Reino de Deus; sacerdotes, para construir a santidade; e rei, no sentido de sermos administradores dos bens da vida. Antes de ser um peso sobre nós, o batismo é um dom, uma vocação à fé comprometida com o projeto de Jesus Cristo. É nele que ficamos habilitados para a missão de servir o povo, fazendo parte da grande família dos filhos de Deus.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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