terça-feira, 27 de agosto de 2013

Biotanatologia em motivação

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Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Já houve quem afirmasse que o ser humano tem a possibilidade de vida sempiterna.,.isto é, de viver para sempre. Imaginem como vai ficar a pele humana... Não é suficiente fazer 1.000 abdominais por dia, ou fazer cooper durante várias horas. Com o correr do tempo todos vamos ficando amigos do corrimão, e agradecidos quando alguém ajunta um papel que deixamos cair no chão.

A medicina, a higiene, os cuidados pela saúde, podem elevar a expectativa de vida em alguns anos, como está ocorrendo nos países mais saudáveis. Mas há um limite, discretamente sinalizado pelo salmista: “A vida do homem sobre a terra é de setenta anos. Os mais valorosos podem chegar a oitenta” (Sl. 90, 10). Como o tema do desenlace é fatal, a atitude mais consentânea com a nossa tranqüilidade parece ser o silêncio, aliado a um mínimo de conforto, que garanta uma serenidade (quase epicurista). E vamos malhar e levar uma vida alegre. Assim evitamos o tédio e até o nojo pela vida (Sartre).
Na revista Superinteressante houve uma tentativa de abordagem da temática. Mas o autor deve ser um pequeno agnóstico, ou um católico envergonhado. Escamoteou demais um assunto, de grande valor. Falando de preparação para a morte só aconselha a escolher a pessoa que cuidará de nós, quem vai ficar com o cartão de crédito, onde queremos ser enterrados, quem ficará com nosso cão de estimação.
O Dr. Evaldo Alves de Assunção (“Sobre o Viver e o Morrer”) é muito mais completo e mais cristão. E mesmo o excelente Pe. Leo Pessini sabe dar uma perspectiva mais plena da vida. Eles nos lembram a vida eterna com Deus, o pedido de perdão às pessoas que prejudicamos, despertam em nós o desejo de receber os sacramentos da Igreja. A morte deve ser considerada um novo nascimento, um momento que nos prepara para o abraço definitivo do Pai, e o feliz instante de nos encontrarmos com o nosso Salvador. “Se não cremos na ressurreição (vida eterna), somos os mais infelizes dos homens” (1 Cor. 15, 19). Sem tendência para o infinito, o homem é incompleto. O céu jamais será aqui na terra.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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