É impressionante a urgência de Deus na mudança do nosso coração. Nós é que precisamos e é Ele que tem pressa, que se deixa devorar pela urgência de nos poder amar. É a intensidade de amor do esposo que anseia pela necessidade de amor com o seu Povo e com cada um de nós.
A oferta da salvação não é só por causa de nós e para nosso bem; é por causa de Deus, da generosidade do seu amor, do seu propósito de aliança com os homens, da manifestação da sua glória.
Como é pobre uma perspectiva de salvação vista apenas como busca de solução para a nossa vida! A salvação envolve profundamente Deus no seu desejo de dom, na delicadeza da sua ternura misericordiosa, na fecundidade do seu poder criador.
Deus tem urgência em que lhe abramos o coração, porque decidiu, desde toda a eternidade, ser Deus conosco, ser Deus em nós. É à força de um desígnio, a voragem de uma escolha de amor. É por isso que é muito triste para Deus a nossa recusa ou mesmo a lentidão da nossa resposta de conversão a Ele, acolhendo o seu amor.
Na Páscoa celebramos o momento em que um homem, Jesus Cristo, acolheu totalmente essa voragem de amor de Deus seu Pai. E no coração verdadeiramente novo de Jesus Cristo, está à esperança de uma mais total e profunda resposta dos homens ao amor de Deus. Só essa esperança fez com que Deus nos amasse infinitamente
D. José Policarpo
Cardeal Patriarca de Lisboa
Catequeses Quaresmais /2002
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