terça-feira, 23 de agosto de 2011

Encontro Nacional de Arte Sacra reflete a importância do espaço sagrado para a vivência da fé


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Com o tema “O sagrado e o mistério”, aconteceu nos dias 17 a 21, em Recife (PE), o 8º Encontro Nacional de Arte Sacra, evento que reuniu cerca de 200 pessoas de diversos estados brasileiros, entre artistas, arquitetos, padres, religiosos e interessados em construção e reformas de igrejas. O encontro teve ainda a participação de 40 seminaristas da arquidiocese de Olinda e Recife e alunos dos cursos de teologia e arquitetura da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

Por duas manhãs, o tema central do Encontro foi abordado pelo professor da Faculdade Jesuíta de Belo Horizonte (MG), padre João Batista Libânio, que discorreu sobre a compreensão da religião que administra o sagrado; da religiosidade que se nutre do sagrado; e da fé que alimenta e critica o sagrado.
“A fé não precisa do espaço sagrado, não precisa de nenhum recurso religioso, no entanto, a arquitetura pode ajudar a pessoa a viver a fé. A arquitetura sagrada deve realizar um ‘corte’, fazer sair do ordinário e conjugar algo de ‘fascinante e tremendo’”, afirmou o palestrante.  Citando o teólogo e bispo italiano Bruno Forte, padre Libânio associou a figura do Deus Pai ao silêncio, Filho à Palavra e Espírito Santo ao encontro.  Animou aos arquitetos e artistas presentes a “vestir o Pai, criar espaços de silêncio”, que favoreçam a “experiência do Filho, o desejo de ouvir a Palavra e o desejo de encontrar, de abraçar alguém”.
O professor da Unicap, por sua vez, padre Jacques Trudel, levou os participantes a pensar sobre a “Fonte Batismal”. Ele mostrou diversas imagens de batistérios norte americanas e européias. O arquiteto português, professor da Universidade de Lisboa, Bernardo Miranda, apresentou projetos recentes de igrejas em Portugal, com obras marcadas pela influência da “arquitetura chã” portuguesa, estrutura clara e robusta, com superfícies lisas e pouca decoração.
Já o filósofo Luciano Costa Santos, professor da Universidade Estadual da Bahia, estudioso das relações entre literatura e a religião católica, fechou o encontro com um belo passeio sobre a poesia brasileira, e as diversas referências à experiência do espaço sagrado.
Ainda houve apresentação de projetos de dois escritórios de arquitetura do Nordeste, Arremate Arquitetura, de Maceió; e Lilia Campelo, de Recife. A partir das soluções apresentadas em novas igrejas, reformas e intervenções em edifícios de valor histórico, foi suscitada a reflexão sobre os desafios  que são frequentemente  propostos aos arquitetos e artistas na relação com as comunidade e Igreja do Brasil.
O encontro teve a participação do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, que presidiu a celebração na nova igreja da Oficina Brennand, obra do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. O encerramento do encontro teve  coquetel ao som de banda de frevo. Foi marcado por  um clima de festa que reuniu a todos no estudo e no convívio fraterno.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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