quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mensagem final do 1º Encontro de Presbíteros da Amazônia


Os participantes do 1º Encontro de Presbíteros da Amazônia, o chamado Nortão, aconteceu de 07 a 11 de novembro, em Manaus (AM), no Centro de Treinamento Maromba, com o seguinte tema: “A identidade e a espiritualidade do Presbítero no processo de mudança de época” , e tendo como lema: “Escolhidos entre os homens e constituídos em favor da humanidade”.

Entre os debates, os destaques ficaram por conta as reflexões sobre a dimensão da relação do presbítero com a comunidade, retomando em outro contexto social a compreensão primeira da relação do ministro ordenado com a comunidade.
No final, os participantes divulgaram a mensagem final do encontro. Leia abaixo a íntegra da carta.
Aos Irmãos Presbíteros dos Regionais Norte 1, Norte 2 e Noroeste
“Tendo, pois, um grande Sumo Sacerdote,que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus,continuemos firmes na profissão da fé” (Hb 4,14)
Caríssimos Irmãos Presbíteros!
Com a presença de Dom Luis Soares Vieira, Arcebispo de Manaus; Dom Mário Antônio, Bispo Auxiliar de Manaus; Dom Roque Palosqui, Bispo da Diocese de Roraima e Presidente da CNBB Norte 1; Dom Esmeraldo Barreto, Bispo da Diocese de Santarém e Referencial da CRP Norte 2; Dom Giuliano Frigeni, Bispo da Diocese de Parintins e Dom Elói Róggia, Bispo da Prelazia de Borba e mais 150 Presbíteros, reunimo-nos de 07 a 11 de novembro de 2011, em Manaus (AM), no Centro de Treinamento Maromba, realizando o grande sonho dos nossos Regionais: o I Nortão, com o seguinte tema: “A identidade e a espiritualidade do Presbítero no processo de mudança de época” , e tendo como lema: “Escolhidos entre os homens e constituídos em favor da humanidade”  (cf. Hb 5,1).
No início do encontro, Dom Luis fez a acolhida e animou-nos primeiramente com o evangelista João: “Manifestei o teu nome aos homens que no mundo me deste. Eles eram teus e tu os deste a mim, e eles guardaram a tua palavra” (Jo 17,6). Desse modo conduziu-nos a pensar nossa espiritualidade diante das mudanças de época e da realidade que nos circunda. Para ajudar em nossa reflexão citou as bem aventuranças – os oito caminhos  para que nosso ministério seja realmente a partir de Jesus.
Sobretudo, intrigou-nos a frase: “O Presbítero deve ser contemplativo na ação, mas também deve ser contemplativo na relação”.Com a assessoria do Padre João Batista Libânio, sj, refletimos sobre a identidade do presbítero. Fez-se um rápido percurso histórico: desde a época em que o presbítero foi entendido em relação à comunidade, escolhido por ela e para ela; passando pela valorização do presbítero na sua pessoa individual, enquanto sacerdote ordenado e sua conseqüente sacralização, até chegarmos ao processo de secularização que nos fez pensar a identidade do presbítero em nova perspectiva.
Destacou-se nas reflexões a dimensão da relação do presbítero com a comunidade, retomando em outro contexto social a compreensão primeira da relação do ministro ordenado com a comunidade e essa temática foi aprofundada nos dois dias de estudo.
Quanto à espiritualidade, partimos de uma concepção dentro da unidade da religião cristã, refletindo sobre as mudanças que a modernidade e pós-modernidade trouxeram e que levaram a perceber a distinção entre religião e religiosidade (espiritualidade) e fé. Surgindo assim, espiritualidades independentes da religião e da fé. Diante disso, atento aos apelos do Espírito, manifestado nos sinais dos tempos, e como Igreja unida em Cristo, que somos, cabe a nós, presbíteros, discernir qual o tipo de espiritualidade se faz coerente com a nossa fé, sobretudo, na perspectiva, do seguimento de Jesus Cristo e sua prática narrada nos evangelhos.O I Nortão foi um conjunto de grandes momentos: momentos de intensa oração individual e comunitária, de celebração e vivência da Eucaristia, de partilha de dons e ricas experiências, de descobertas e redescobertas da identidade do presbítero.
Portanto, irmãos, conscientes de que nossa identidade de presbítero está em constante movimento, permitamos que ela se aperfeiçoe, descubra-se nos desafios da vida, no modelo de identidade que é Jesus. Isto se fará no embate entre a consciência crítica da nossa própria identidade e espiritualidade, diante de tantas tendências que nos interpelam e tentam nos afastar da missão para a qual fomos chamados: evangelizar a partir de Jesus Cristo, como discípulos missionários na Amazônia e fazer brotar riquezas ainda maiores nesta terra que tanto amamos.
Manaus (AM), 11/11/11

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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