O Congresso Mundial de Pastoral para Estudantes Estrangeiros, realizado em Roma, Itália, entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro levantou várias linhas de ação para atuação com os jovens em âmbito internacional. O evento reuniu 250 participantes, entre bispos, padres, religiosos, professores, coordenadores, assessores de Pastoral Universitária e jovens representantes dos cinco continentes.
Entre as linhas de ação levantadas durante o Congresso, destacam-se: a criação de uma rede entre os estudantes e as instituições que trabalham com estudantes internacionais para a socialização, ajuda mútua, solidariedade e intercâmbio; convidar os bispos para que favoreçam esta pastoral, liberando padres e recursos para que todas as universidades tenham uma boa pastoral universitária na qual se insira este setor e dedicação aos estudantes internacionais; animar agentes de pastoral para exercer este serviço, preparando-os para a integração inter-cultural e interreligiosa.
Os desafios para trabalhar com os jovens universitários são inúmeros, segundo a assessora do Setor Universidades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) irmã Eugênia Lloris. “Precisamos denunciar as situações de injustiça provocadas por todos aqueles que se aproveitam da vulnerabilidade dos estudantes estrangeiros”, sublinhou. Ainda segundo ela, o primeiro trabalho a ser feito é “ajudar esses jovens a sair da situação na qual estão, mas também denunciar e ajudar que se faça justiça com relação às instituições de ensino que visam o lucro e não oferecem qualidade no ensino”.
Protagonismo dos jovens
Este foi outro momento pontuado durante o Congresso de Roma. O grupo que participou dos países da América Latina resumiu as experiências de migração presentes em seus países. De acordo com eles, o primeiro trabalho que deve ser prestado pela Pastoral Universitária para com os jovens universitários está no âmbito da gratuidade. “Nosso desafio é tratar os estudantes como sujeitos e não como objetos; que sejam pessoas, de direito, cidadãos. Sujeitos de evangelização e não objetos da nossa evangelização. Hoje em dia o binômio custo-benefício entrou em tudo. Também na educação e nas nossas relações. Devemos romper com essa dinâmica na pastoral sendo gratuitos”.
Articulação no Brasil
O bispo de referencial do Setor Mobilidade Humana, dom José Luis Sales, a irmã Eugênia Lloris e Vladimir Lima da Silva, estudante de Fortaleza que trabalha com os estudantes de Guiné-Bissau, discutiram como pode ser dado atenção aos emigrantes estudantes estrangeiros:
De acordo irmã Eugênia, é a pastoral universitária local e nacional que pode articular este serviço aos estudantes com o Setor Mobilidade, através de infraestrutura, ajuda financeira e os contatos nas embaixadas. “Para tal articulação nacional, deve-se garantir a presença dos Setores Universidades e Mobilidade Humana, nos seus encontros nacionais e de articulação, com a presença de um jovem e do bispo de referência do Setor Universidades e não só a assessora nacional”, explicou. O próximo encontro nacional está marcado para os dias 12 e 13 de março de 2012 em Brasília.
O Vladimir participará do encontro dos jovens do Setor Universidades em janeiro do próximo ano onde explicará sobre este serviço que começará a ser oferecido. A divulgação e atenção aos estudantes estrangeiros serão feitos através do Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos (EBRUC) em Curitiba, de 12 a 14 de outubro de 2012, e dos sites da CNBB, do Setor juventude e do Setor Universidades.
O Brasil foi representado no Congresso pelo bispo auxiliar de Fortaleza (CE), dom José Luiz Ferreira Salles; pela irmã Maria Eugenia Lloris; e pelo jovem Francisco Wladimir Lima da Silva.
Santa Sé integra OIM
Na segunda-feira, 5, a Santa Sé tornou-se membro da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cuja sede está em Genebra, Suíça, após ter sido admitida pela assembleia plenária do organismo. Agora, o objetivo da Santa junto à organização é “sublinhar a sua participação neste fenômeno de enorme relevo e que, apesar da crise econômica, se prevê que continue a crescer”. Na ocasião da integração da Santa Sé à OIM, o papa Bento XVI salientou a solidariedade da Igreja nos trabalhos com os migrantes em todo o mundo. “Confio ao Senhor quantos, muitas vezes forçadamente, têm de deixar o seu próprio país ou não têm nacionalidade. Ao encorajar a solidariedade para com eles, rezo por todos os que se esforçam para proteger e assistir estes irmãos em situação de emergência, expondo-se também a grandes fadigas e perigos”, disse o pontífice.
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