quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Curso do clero aborda Doutrina Social


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“Os padres também precisam atuar na esfera social e política, apoiados pelos documentos oficiais da Igreja, e nisto também estão evangelizando”. Esta é a opinião do padre Antônio Aparecido Alves (padre Toninho), da diocese de São José dos Campos (SP), assessor principal do 10º Curso de Aprofundamento Teológico e Pastoral do Clero da arquidiocese de São Paulo, que teve início na tarde de segunda-feira, 6, em Itaici – bairro de Indaiatuiba (SP).

Na celebração de abertura, o cardeal dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, falou sobre a coincidência de o curso começar no dia da Transfiguração do Senhor, lembrando que a Doutrina Social da Igreja ensina a recuperar a dignidade do homem, como transfigurando-o do sofrimento para a vida plena. Já no plenário, o cardeal agradeceu a participação expressiva dos padres e diáconos permanentes (foram mais de 200 inscritos) e ao empenho do Secretariado de Pastoral, responsável pela organização do curso. Os bispos auxiliares da arquidiocese de São Paulo também participam do curso.
O arcebispo explicou, ainda, que o curso propõe percorrer, através especialmente da Gaudium et Spes (Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo, de 7 de dezembro de 1965, do papa Paulo 6º), os principais aspectos da Doutrina Social da Igreja, no clima de celebração dos 50 anos da realização do Concílio Vaticano 2º.
Na primeira palestra, sobre Doutrina Social e Evangelização, padre Toninho procurou demonstrar como a dimensão social da fé deve ser vivida com a mesma preocupação e intensidade dedicada à espiritualidade. Para ele, a Igreja está recuando sua ação pública e isso precisa ser retomado, valorizando-se, assim, sua missão profética.
Padre Toninho mostrou através da citação de alguns pensamentos organizados no Compêndio da Doutrina Social da Igreja (documento que concentra o cerne do pensamento social da Igreja e que, conforme explicou dom Odilo, também foi encomendado pelo Vaticano 2º, assim como o Catecismo Reformulado), como a fé em Jesus Cristo e a proclamação de seu Reino não podem ser desvinculados de uma prática social e política que transformem a realidade.
O palestrante também explicou os “laços” que unem evangelização e ação social. O primeiro desses laços é de ordem antropológica e se refere à realidade na qual aquele que será evangelizado está inserido. Padre Toninho deu o exemplo de uma senhora que, visitada por um padre em sua pobre residência, foi motivada a repetir as palavras do salmo 22. Mas, ao invés de “o Senhor é meu pastor, nada me falta”, a senhora disse “o senhor é meu pastor, mas tudo me falta”, provocando surpresa no padre. O homem “que será evangelizado não é um ser abstrato, mas é, sim, um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos”, disse.
O segundo laço é de ordem teológica, levando em consideração que a redenção realizada por Jesus Cristo na Cruz não pode ser distante da realidade dos homens e deve atingir as situações concretas “da injustiça que deve ser combatida e da justiça que deve ser restaurada”.
O terceiro laço, de ordem evangélica, segundo explicou padre Toninho, diz respeito à impossibilidade de proclamar o Reino de justiça e paz querido por Deus para o homem sem contribuir concretamente para o verdadeiro progresso do homem.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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