sábado, 20 de outubro de 2012

Os Sacramentos agem no inconsciente?


Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN 
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG

Em conversa com distinta psicóloga de Brasília, levantamos a questão sobre a eventual ação dos sacramentos da Igreja no âmbito profundo da alma, influência que está fora do comando direto da consciência. 
Eu dizia que muitos pais estão certos quando desejam o batismo de seus filhos, em tenra idade. Mesmo que pensem menos na graça santificante, e na inserção no corpo da Igreja - que é o apanágio dos filhos de Deus - e mais num efeito psicológico no inconsciente. 

Essa não é uma preocupação primordial da prática sacramental. Mas pode ser um mimo do Pai Eterno para com seus filhos, que não pode ser desprezado.
 

A criança que é batizada, está junto à sua família e junto com outros membros da comunidade. Assim ela “descobre” que é muito importante. “Sabe” que é amada por todos. Não é amada só pela sua família, mas também pelos outros: padrinhos, Padre, equipe celebrativa. Sabe que o Poderoso gosta dela. Conclusão da criança: “
todos gostam de mim”. Podemos desejar melhor consciência de autoestima do que esta? 

Poderíamos aprofundar o imenso benefício psicológico da santa Confissão, no espírito dos Fiéis. Ela pode nos levar a termos confiança em nós, porque o Pai nos dá uma nova chance, perdoando tudo. É como se nos disséssemos a nós mesmos:
 “com a graça de Deus, eu vou conseguir vencer o mal, e vou ser um bom cristão”.

A psicóloga, no entanto, se fixou ainda em outro sacramento da Igreja, que traz imensos benefícios aos Fiéis: é o matrimônio. Primeiro, olhando o vácuo espiritual de quem “não se casa na Igreja”, sobretudo podendo fazê-lo. A tais pessoas se repete o pensamento de frustração. Convencem-se de que falta alguma coisa. Que a família que tem é muito boa, e a alegria dos filhos lhes causa prazer legítimo. 

Mas ainda não é tudo. Por outro lado, o casal que se recebe pelo sacramento do matrimônio, tem um sentimento de plenitude. Sabe que sua união é desejada pela sociedade. Todos depositam suas esperanças nesse casal. A Igreja lhes dá, em nome de Cristo, as bênçãos, para superar com mais galhardia, os problemas que a vida de família sempre pode trazer. E que grande autoestima para o casal saber que são participantes da obra de Deus Criador, quando geram e educam os seus filhos.


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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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