segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Prece dos humildes

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Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MG)
Quem precisa de algo se coloca na atitude de carente ou necessitado. A demonstração de que não precisa de ajuda já bloqueia o possível favorecimento de seu pedido. Até o próprio Filho de Deus mostrou a maneira humana de se dirigir ao Pai. Ele não precisaria de se humilhar ou se colocar como inferior, por ter também a natureza divina. Se Ele deu exemplo de humildade, muito mais nós, meras criaturas humanas, temos que nos dirigir de modo completamente confiantes e mostrando nossa pequenez diante do Criador. Ao mesmo tempo, a atitude de reconhecimento da grandeza e prodigalidade dele nos impulsiona à demonstração do comportamento de filhos confiantes, como a do filho pródigo! Não à toa Jesus nos ensina a oração confiante do Pai Nosso!

Quem faz todo o esforço para realizar a vontade de Deus tem a seu favor, na oração, a demonstração de que não quer fugir de realizar sua parte para ir ao encontro do projeto do Criador a seu respeito: “Quem serve a Deus como ele quer será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens” (Eclesiástico 35, 20), Mas, quem ainda se encontra totalmente fragilizado devido à sua vida não conforme os desígnios do Senhor, deve pedir força para tentar ser melhor. Mostra a Deus suas carências e seu esforço para mudar de vida. Ele não apaga o pavio ainda fumegante e vem em socorro dos carentes que suplicam seus favores.
Quem é orgulhoso e usa da religião para se projetar, não se importando com o testemunho de vida ética e serviçal em relação ao semelhante, coloca-se à margem da fé autêntica e da oração eficaz. Na parábola do fariseu e do homem pecador Jesus dá a lição da oração válida e aceita por Deus (Cf. Lucas 18,9-14). No primeiro caso a oração é arrogante, cheia de orgulho e de desprezo pelo outro. Nâo é o fato de a pessoa fazer muitos atos religiosos, e até comungar da Eucaristia, que leva sua aceitação por Deus. Tudo isso é importante, com a condição de a pessoa ter as disposições necessárias para ser aceita por Ele. Até certas pessoas de projeção social fazem seus atos religiosos em vista de seus interesses de propaganda política e outros interesses para angariar simpatia da comunidade religiosa.
A oração do cobrador de impostos, tido como pecador, foi louvada por Jesus, por sua atitude de reconhecimento de sua pequenez, sendo verdadeiramente humilde e confiante na bondade de Deus.É importante chamarmos os humildes para suplicarem a Deus em bem da superação de tantos males e injustiças na sociedade. Muitos desmandos são feitos também por quem usa da religiosidade para trair o povo, com o mau exercício de suas lideranças. Precisamos unir os humildes para pedirmos a Deus que converta esses maus corações e tenhamos mais e melhores serviços prestados à população, que paga seus impostos e merecem ser melhor servidos em suas necessidades!

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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