QUA,
25 DE DEZEMBRO DE 2013 12:44 CNBB
Dom
Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de
São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
O
centro da vida e da liturgia cristã é a Páscoa! E é justamente
nessa luz da ressurreição que entendemos a celebração do Natal!
Aquele que veio para nos dar a vida para nos salvar é o Deus
conosco, que nasceu de Maria Virgem, em Belém.
Portanto,
o berço, a "manjedoura" está na sombra da cruz e do
sacrifício, mas também à luz da Ressurreição. O mistério da
Encarnação do Filho de Deus está escondido no mistério da Páscoa.
Os sinais da luz que brilha no meio das trevas estão presentes
nessas celebrações.
Cada
festa tem suas repercussões populares e culturais diferentes. Em
muitas culturas, a Véspera de Natal é um ambiente familiar único:
presépio, músicas natalinas, comida tradicional, Missa do Galo à
meia-noite e um céu estrelado. Natal sempre será tempo para a
família e os amigos – a presença física com as pessoas que mais
amamos. Mesmo os que não creem em Cristo, de uma forma ou outra, são
contagiados pelo clima natalino que chama à gratuidade,
generosidade, fraternidade. Porém, para os cristãos o sentido
último do Natal iremos encontrar no ápice do ano litúrgico, que é
o Tríduo Pascal, a festa das festas.
E
foi a luz do mistério pascal celebrado pelos primeiros cristãos que
deu origem a outras festas, incluindo a Natividade de Jesus. Pode-se
dizer que o mistério da Encarnação de Jesus em Belém estava
escondido desde o começo do mistério da Páscoa. Assim foi também
a redação dos evangelhos.
Hoje
é Natal, uma grande festa para todos os cristãos! Mas o Natal não
tem um significado religioso somente para os cristãos. A imagem de
Maria, José e o Menino, que envolve o imaginário de cada homem, faz
surgir muitos pensamentos sobre as questões fundamentais da vida e
do destino da pessoa, ou seja, o significado de sua vida. O que
impressiona, além do sentido religioso do Natal, é o sentimento
associado a ele: a santidade da família e a felicidade que ela deve
trazer. Cristo, que no Natal se faz pequeno para viver entre os
homens e as mulheres, nos ensina cada vez mais a pobreza e o
despojamento de um Deus que assume a nossa natureza humana. Que seus
braços abertos nos inspirem o acolhimento mútuo para vivermos em
unidade com o Redentor, e sermos, assim, a imagem viva e a presença
marcante do Menino Jesus entre os nossos irmãos.
No
Natal contemplamos o grande mistério de Deus que se faz homem no
seio da Virgem Maria. Ele nasce em Belém para partilhar a nossa
frágil condição humana. Vem entre nós e traz a salvação ao
mundo inteiro. A sua missão será reunir os homens e os povos na
única família dos filhos de Deus. É a proximidade de Deus que
somos convidados a anunciar com alegria aos povos. Ao homem, que com
o pecado tinha se afastado do Criador, é agora oferecido em Cristo o
dom de uma nova e mais plena comunhão com Ele. O Natal reacende no
coração dos homens e mulheres a esperança, enquanto se voltam a
abrir para a humanidade as portas do paraíso.
É
Natal! Fazemos memória do nascimento de Jesus Cristo! Já brilha
para nós o Sol nascente que ilumina os que jazem nas trevas e na
sombra da morte e guia nossos passos no caminho da paz (cf. Lc
1,78-79).
Que
a luz do Cristo presente entre nós, descortinando os desígnios
divinos para a humanidade, resplandeça em nossos corações para que
sejamos anunciadores de um mundo novo onde a justiça, a paz, a
fraternidade e a caridade superem as trevas da violência, do egoísmo
e da indiferença.
Seja
este tempo um renovar de esperanças e de concretizar ideais em sua
vida e no âmbito de seus relacionamentos e atuação, para que a luz
do Sol nascente perdure ao longo do novo ano que se aproxima.
Feliz
e abençoado Natal a todos! O Redentor veio habitar entre nós!
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