Cidade do Vaticano (Quarta, 24-12-2008, Gaudium Press) O Vaticano, por meio do órgão responsável pelas Celebrações Litúrgicas Pontifícias, divulgou ontem alterações nas celebrações presididas pelo Papa que deverão entrar em vigor já nas solenidades natalinas deste ano.
De acordo com o monsenhor Guido Marini, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontíficas, estão previstas novidades como a colocação da imagem da Virgem Maria com o Menino Jesus ou a inserção do coro das Calendas nos ritos litúrgicos de Natal presididos pelo Papa ainda este ano, na Basílica de São Pedro.
Essas mudanças, afirma o mons. Marini, respondem ao objetivo "não de fazer coisas novas, mas de fazer de forma nova" alguns ritos litúrgicos já existentes. Ele apresentou as mudanças em uma entrevista concedida ao Observador Romano, em que sublinhou que as apresentações litúrgicas do tempo de Natal "devem conduzir os fiéis à contemplação do mistério da Encarnação", frente ao que "tudo deve contribuir para suscitar assombro: as palavras, os gestos, os silêncios, a música, os símbolos, o canto, o rito em seu conjunto."
Entre as novidades destes ritos, o prelado explicou em primeiro lugar que a "bela escultura policromada que representa a Virgem no trono com o Menino Jesus que abençoa será colocada junto do altar da confissão e lá permanecerá, desde a Noite de Natal até o dia da Epifania, e não somente na Solenidade da Santíssima Mãe de Deus."
"Quis-se explicitar assim que o tempo de Natal é uma época mariana. A Virgem Santa não distrai a atenção do mistério do Filho de Deus que se faz homem, mas ao contrário, ajuda a compreendê-lo em seu significado verdadeiro."
Será dada importância também ao tempo da preparação para a celebração, para que o "alternar das leituras, oração e música ajude a preparar a alma de todos os presentes para o clima de recolhimento adequado", como o breve momento de silêncio previsto após a homilia do Santo Padre e após a distribuição da comunhão.
Com respeito à noite de Natal, como em anos passados, está prevista uma breve vigília de oração em preparação para a Santa Missa da noite, porém este ano "se enriquecerá com o canto das Calenas, trazido desde a celebração eucarística."
Este antigo texto que anuncia o nascimento histórico do Salvador será o último ato da vigília e dará começo à procissão de início da Missa.
"No canto de Glória, em mudança, após a entonação do Santo Padre, serão tocados os sinos com acompanhamento do órgão, porém não se fará o tradicional rito de oferenda de flores das crianças representando todos os continentes. Esta oferenda virá do final da celebração eucarística, quando o Pontífice se aproxima de Belém para colocar a imagem do Menino Jesus", explicou.
Para a benção "Urbi et Orbi", monsenhor Marini assinalou que o Papa não levará a capa de chuva. "Se preferiu optar pela capa curta com a estola, por se tratar de uma benção solene que não comporta um hábito particular."
Além disso, neste ano o papa celebrará a festa de Batismo do Senhor no altar da Capela Sistina.
"Isto supõe que o Papa em alguns momentos, junto com os fiéis, se voltará ao Crucifixo, destacando assim também a orientação correta da celebração eucarísitca: a orientação do Senhor."
Entre outros aspectos, o prelado ressaltou que as línguas eleitas para as leituras e para as intenções da oração dos fiéis refletem a participação de pessoas de diversas partes de mundo, enquanto o latim usado na celebração "expressa a unidade e a catolicidade, incluídos na diversidade das pertinências lingüísticas."
"Após canto de Vésperas do último dia de ano seguiram, também esta vez, a Exposição do Santíssimo Sacramento com o canto do "Te Deum" de ação de graças e a conseqüente benção eucarística, que colocarão de manifestação a centralidade da adoração na vida da Igreja."
Na missa de 1° de janeiro tomarão parte na representação das oferendas e na leitura das intenções da oração dos fiéis algumas crianças e adultos vindos do Líbano, enquanto que para a Solenidade da Epifania, o Papa vestirá uma capa de Paulo VI, "como já feito em algumas celebrações, para ressaltar mais uma vez o equilíbrio necessário no uso litúrgico de coisas novas e antigas."
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