sexta-feira, 25 de março de 2011

No sofrimento de Cristo, Homem e Deus, o plano do Pai


Ligadas ao sofrimento redentor podemos considerar duas realidades: que “o Pai amou tanto o mundo que deu o Seu Filho unigênito” (Jo 3,16) para que o mundo fosse salvo por Ele, e que foi por causa do pecado e da morte - “as raízes transcendentais do mal” (SD, nº14) - e para que o homem não perdesse a vida eterna, que o Filho aceitou realizar o projeto, a missão que Deus Pai lhe confiou.


Cristo, o enviado do Pai, está plenamente ciente da sua missão de revelador do verdadeiro rosto do Deus de Israel, um Deus de misericórdia “que não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva” (Ez 33,11). 

Por tal missão que lhe foi confiada, realizando a reconciliação do Homem com Deus, o Filho unigênito revela, com palavras e pela sua forma de situar-se perante os homens, os Seus sofrimentos e necessidades, a inauguração de uma nova forma de entender (e estender) o Reino dos Céus, mostra ser uma só coisa com o Pai; quem o vê, vê o Pai (Cf. Jo 14,9). A Boa Nova que Jesus anuncia é essa relação de intimidade que Ele vive com o Pai.

Ora se Ele constantemente se relaciona e fala do Pai, significa que se assume como Filho e a Sua vontade é fazer a vontade do Pai que, acima de tudo, deseja que nenhum dos Seus se perca (Cf.Mt 18, 12-24), se extravie.

Na fidelidade ao projeto de salvação dos homens, Cristo leva até às últimas conseqüências o amor para com o Pai e sofre a agonia do Getsémani onde “a verdade do amor é provada mediante a verdade do sofrimento (SD, nº 18), e encaminha-se para o Gólgota onde é sujeito “à profundidade do mal do sofrimento que se experimenta” (Ibidem).

Frente a esse Deus que é Pai, o Filho Jesus Cristo, em comunhão plena e total, embora pedindo para que, se for possível aquele cálice passe sem que Ele o beba (Cf. Mt 26,42), adere voluntariamente, obedientemente, à vontade do Pai e entrega-se ao sofrimento e à morte.

No Gólgota o sofrimento atinge o seu vértice, mas aí precisamente foram abertas as fontes de água viva que fazem jorrar, para a humanidade pecadora, o pleno sentido para a dor humana (Cf.SD,nº18).

O plano salvífico do Pai está prestes a ser cumprido: “Oh admirável condescendência divina que para resgatar o escravo entregou o próprio Filho” (Precónio Pascal)).
No entanto, só com a Ressurreição de Cristo é integralmente completa a obra da Redenção.

Maria Helena Vicente Lopes
in “O sofrimento um tesouro por descobrir – Uma
leitura da experiência pessoal de João Paulo II e da
sua Carta Apostólica “Salvifici doloris 1984”

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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