terça-feira, 13 de setembro de 2011

Seminário discute enfretamento de problemas ligados às mudanças climáticas


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Termina na tarde desta segunda-feira, 12, o Seminário Nacional de atingidos por eventos climáticos extremos, evento que acontece desde sábado, 10, no Instituto São Boaventura, em Brasília. O encontro que reuniu 50 pessoas de todas as regiões do país, representantes de movimentos, organismos e pastorais, teve o objetivo de fazer um intercâmbio com o Governo Federal sobre políticas públicas voltadas para a população atingida, bem como discutir em conjunto e dizer à sociedade e às autoridades o que é preciso ser feito para contornar a situação.

ivo_poletto“Procuramos possibilitar nesse encontro um intercâmbio de experiências, mas também de iniciativas para enfrentar o sofrimento que essas pessoas passam nessas situações de desastres sócio-ambientais”, destacou o primeiro objetivo do evento, o coordenador do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Ivo Poletto.
Segundo Poletto, os participantes são pessoas que foram atingidas por eventos climáticos e que querem dizer à sociedade brasileira e cobrar das autoridades responsabilidade social sobre os efeitos das mudanças climáticas que mudam a vida de milhares de pessoas todos os dias por meio de eventos como enchentes, secas, elevação do nível do mar, ventanias. “Como quaisquer cidadãos, eles têm seus direitos e estão cobrando por responsabilidade social, que infelizmente não vem acontecendo de forma positiva”, disse.
dom_guilherme_werlangA Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de seu presidente, dom Guilherme Werlang, e do assessor, padre Ari Antônio dos Reis, marcaram presença hoje no evento para dar apoio à iniciativa e organização dos participantes. “Esse Seminário é importante porque procura discutir com a sociedade civil e fazer intercâmbio com o Governo Federal para que sejam tomadas as providências necessárias para diminuir as consequências diretas das mudanças climáticas”, apoiou o bispo.
Para ele, discussões como essas devem envolver toda a sociedade para que a qualidade de vida seja contemplada em todas as camadas sociais. “Temos que entender progresso como qualidade de vida, não apenas para minorias, mas para toda a nação brasileira. Precisamos de políticas públicas fortes, objetivas, diretas”, destacou. “O seminário tem importância singular porque discute questões que afetam diretamente a vida das pessoas e não fica apenas na teoria, mas encaminha questões práticas que, se efetivadas, podem melhorar nossa qualidade de vida e a do planeta terra e em consequência a vida humana e todos os outros sistemas de vida”, completou dom Guilherme.
eliene_valeDois atingidos pelas consequências das mudanças climáticas, Maria Eliene do Vale, presidente da Associação de Moradores Comunidade Jardins e coordenadora do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, no município de Fortim (CE) e Gonçalves Farias Macedo, membro da cooperativa dos Pescadores de Morro Pará (BA), relataram as motivações que os fizeram juntar-se ao grupo de participantes do Seminário. Segundo Eliene, o conhecimento sobre as mudanças climáticas é o principal motivador. “Viemos buscar um goncalves_macedopouco do conhecimento sobre mudanças climáticas para, no próximo dia 16, com o movimento e outras entidades do Ceará, nos reunir para um estudo sobre como as mudanças climáticas afetam as comunidades pesqueiras”, afirmou. Da mesma forma, Gonçalves foi atraído pelo conhecimento dos fatores que levam às mudanças climáticas, bem como pela oportunidade de ouvir a voz do Governo Federal sobre a resolução dos problemas. “Quero levar o conhecimento que eu adquiri aqui aos meus colegas de classe. Estamos também em busca de respostas do Governo sobre a problemática que tanto afeta nossas vidas”, disse.
Documento e Carta
Ainda na tarde desta segunda-feira, 12, o grupo aprova uma carta final do evento destinada à sociedade brasileira e um documento ao Governo Federal, estabelecendo interlocução com as autoridades relatando, os desafios que eles percebem e que precisam ser enfrentados. O documento está centrado em propostas de implementação de políticas públicas por parte tanto dos Governos Federal, como dos estaduais e municipais e a inter-relação de responsabilidade na perspectiva preventiva, de conhecimento de áreas de risco, de atitudes em relação às situações que vê que poderá haver desastres e, também, em relação às fragilidades sociais em que vivem as pessoas.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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