Bento XVI continuou dizendo que, contudo, “Maria de Magdala, tal como os outros discípulos, teve de ver Jesus rejeitado pelos chefes do povo, preso, flagelado, condenado à morte e crucificado”. “Deve ter sido insuportável – ponderou o Papa - ver a Bondade em pessoa sujeita à maldade humana, a Verdade escarnecida pela mentira, a Misericórdia injuriada pela vingança”.
“Com a morte de Jesus, parecia falir a esperança de quantos confiavam n’Ele. Mas esta fé nunca desfalece de todo: sobretudo no coração da Virgem Maria, a mãe de Jesus, a pequena chama continuou acesa e viva mesmo na escuridão da noite. A esperança, neste mundo, não pode deixar de contar com a dureza do mal. Não é apenas o muro da morte a criar-lhe dificuldade, mas também e mais ainda as aguilhoadas da inveja e do orgulho, da mentira e da violência. Jesus passou através desta trama mortal, para nos abrir a passagem para o Reino da vida. Houve um momento em que Jesus aparecia derrotado: as trevas invadiram a terra, o silêncio de Deus era total, a esperança parecia reduzida a uma palavra vã.”
“Mas eis que, ao alvorecer do dia depois do sábado, encontram vazio o sepulcro – retomou o Pontífice. Depois Jesus manifesta-Se a Madalena, às outras mulheres, aos discípulos. A fé renasce mais viva e mais forte do que nunca, e já invencível porque fundada sobre uma experiência decisiva"
E então o Santo Padre anunciou: “Amados irmãos e irmãs! Se Jesus ressuscitou, então – e só então – aconteceu algo de verdadeiramente novo, que muda a condição do homem e do mundo. Então Ele, Jesus, é alguém a quem nos podemos absolutamente confiar, confiando não apenas na sua mensagem, mas n’Ele mesmo, porque o Ressuscitado não pertence ao passado, mas está presente e vivo hoje.”
Por fim, o Santo Padre fez um apelo para que “Cristo Ressuscitado dê esperança ao Médio Oriente, para que todas as componentes étnicas, culturais e religiosas daquela Região colaborem para o bem comum e o respeito dos direitos humanos”. Pediu ainda que, “cesse, na Síria, o derramamento de sangue e adote-se, sem demora, o caminho do respeito, do diálogo e da reconciliação, como é vivo desejo também da comunidade internacional”. Dirigiu seu pensamento também “aos numerosos refugiados, originários de lá e necessitados de assistência humanitária”, para que “possam encontrar o acolhimento e a solidariedade que mitiguem as suas penosas tribulações”.
Após a Comunhão, o Papa concedeu a todos sua Benção Apostólica, ao que se seguiu o canto do Regina Coeli. E ao término da Santa Missa de Páscoa, o Papa concedeu a todos a Bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo), e saudou todos os presentes em diversas línguas, desejando uma Feliz Páscoa. Por fim, concedeu indulgência plenária a todos os presentes e aos que seguiram a Santa Missa por rádio, internet ou televisão (sempre levando em consideração que a indulgência plenária é concedida aos que se confessaram neste período e rezaram pelas intenções do Santo Padre).
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