quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os jovens já chegaram!

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Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está começando. Ainda não oficialmente, no Rio de Janeiro, onde acontecerá de 23 a 28 de julho; mas nas dioceses do Brasil inteiro, que realizam a “’Pre-Jornada”, com o nome de “Semana Missionária”, a partir de 15 de julho.

Na Arquidiocese de São Paulo, as paróquias, comunidades, congregações religiosas, movimentos e organizações juvenis realizarão a Semana Missionária junto com delegações  jovens de 58 países diversos. Serão aproximadamente 10 mil hóspedes acolhidos, sobretudo, em casas de famílias.
A acolhida e a hospitalidade fazem parte do espírito da JMJ: abrir as portas da casas requer, abrir primeiro as portas do coração para receber na própria vida alguém que nunca se viu nem conheceu; “não negligencieis a hospitalidade”, recomenda a Carta aos Hebreus (cf. Hb 13,2); isso anda esquecido, por causa dos evidentes riscos que todos os dias são enfrentados com a violência, os assaltos e arrastões... Mas, nem por isso, ficou abolido!
A JMJ ajuda a ampliar nossa percepção da realidade da própria Igreja: uma grande família, formada por gente de todos os povos, casa comum, onde se vive a mesma fé e a vida é orientada pelos mesmos caminhos indicados por Deus nos Mandamentos; família grande, onde todos estão profundamente unidos por laços de viva fraternidade espiritual, membros de um mesmo povo de Deus, no qual ninguém mais deve sentir-se estrangeiro, pois todos têm uma pátria comum e são “concidadãos dos santos” (cf. Ef 2,19).
Um dos efeitos mais marcantes da JMJ, a começar pela Semana Missionária, é a percepção da unidade da fé na mesma Igreja, apesar das diferenças de cultura, raça, língua e nação. É belo cair na conta que o mesmo Pai Nosso é rezado por pessoas do mundo inteiro, a mesma Missa, a mesma profissão de fé, a mesma esperança é compartilhada, a mesma missão... Todos estão unidos em Cristo, conduzidos pelo mesmo Pastor visível, em nome do Supremo Pastor.
A Semana Missionária tem três grandes propostas: a partilha da fé na oração; o intercâmbio cultural e a ação solidária; iniciativas e atividades para alcançar essas metas estão a cargo das organizações locais, sobretudo nas paróquias.
Os jovens das nossas muitas Comunidades, apoiados por numerosos voluntários, também adultos, farão a experiência da oração junto com os jovens peregrinos dos outros países; muitos de nossos irmãos vivem a fé em situações marcadas por enormes desafios e sofrimentos e poderão ouvir de outros, experiências semelhantes; somos edificados reciprocamente pelo testemunho da fé vivida em circunstâncias diversas.
Também intercâmbio cultural é relevante; os jovens vindos de longe querem conhecer algo de São Paulo e do Brasil, de nosso modo de viver e de nossos “bens culturais”. Mas também nós teremos a ocasião de conhecer algo sobre a cultura dos povos e países que esses jovens hóspedes representam. Boa ocasião para uma abertura de horizontes e de um enriquecimento cultural recíproco. Conhecemos e valorizamos melhor a nós mesmos quando aprendemos a conhecemos os outros...
Não ficam fora das programações as iniciativas de solidariedade social para com os que sofrem. Sim, pobres, doentes, idosos, prisioneiros, dependentes químicos, a população de rua e todos os que sofrem devem receber a “boa nova” do conforto e da esperança, que se expressa na vida e na ação da Igreja; mais ainda, quando se trata de iniciativas que envolvem os jovens: estes precisam conhecer o lado sofrido da condição humana e, ao mesmo tempo, crescer na sensibilidade para com todos os irmãos que sofrem, a fim de assumir suas dores e se motivarem para aliviar os sofrimentos superáveis dos irmãos. E os jovens vindos de longe também poderão compartilhar histórias de dor e sofrimento de seus países, junto com o testemunho sobre as ações solidárias que lá se desenvolvem.
Desejo que a Semana Missionária seja uma bênção fecunda para os jovens peregrinos e para os jovens de nossa Arquidiocese! São Paulo, missionário dos povos e patrono de nossa Arquidiocese, interceda por todos nós!

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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