segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DIOCESE DE LIMEIRA 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM - 26 de outubro



“Amarás o Senhor teu Deus e ao teu próximo como a ti mesmo”

Leituras: Livro do Êxodo 22, 20-26; Salmo 17 (18), 2-3a.3bc-4.47 e 51 ab; Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 1, 5c-10; Mateus 22, 34-40.

COR LITÚRGICA: VERDE

Animador: Hoje estamos reunidos para celebrar o grande amor de Jesus Cristo, por isso devemos lutar por um mundo melhor, pois o cristão cresce e se valoriza quando se preocupa com o verdadeiro desenvolvimento do próximo. É esse amor fraterno que dá sentido à nossa vida e das outras pessoas. Hoje é o dia Nacional da Juventude. Rezemos por todos os nossos jovens, para que possam ser evangelizadores nos ambientes em que vivem.

1. Situando-nos brevemente
Os confrontos dos adversários de Jesus nos ajudam a firmarmo-nos sempre mais em seus ensinamentos, para que também nós saibamos nos posicionar diante das questões que o mundo nos apresenta, para um maior testemunho nosso do Evangelho.

O Senhor afirmou seu senhorio sobre a nossa vida no domingo passado, relativizando os poderes políticos e exigindo que, mesmo com o cumprimento do nosso dever de cidades ao assumirmos o pagamento de impostos, tenhamos uma postura crítica diante da realidade, não servindo a outro senhor, senão àquele que nos salvou.

Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus foi a resposta de Jesus aos seus opositores, que procuraram colocá-lo em situação desconfortável diante dos poderes políticos. A vida da humanidade e das pessoas pertence a Deus e não a quem queira pôr-se em seu lugar.

Como decorrência, o amor ao próximo é a expressão de que Deus não admite que seu povo seja enganado e vilipendiado. Neste domingo, portanto, ouviremos a segunda tentativa (terceira das cinco na narrativa de Mateus) dos inimigos de Jesus para apanhá-lo em palavras que pudessem condená-lo. A questão posta pelo fariseu a Jesus diz respeito ao maior mandamento da Lei. Estamos diante de uma questão de fonte bíblica que está na base da originalidade da mensagem cristã, a partir da sua raiz judaica: o amor a Deus e ao próximo.

Dessa forma, é posta a Jesus uma questão no campo da religião instituída e, por isso, uma questão teológica. No fundo, os fariseus queriam saber de que lado Jesus estava.

2. Recordando a Palavra
Os doutores da lei tinham conseguido elencar a média de 613 preceitos, extraindo-os dos textos bíblicos – o Pentateuco. Desses, 365 foram considerados negativos e 248 positivos (Cf. La Biblia. Via verità e vita. Nuova versione ufficiale della Conferenza Episcopale Italiana, San Paolo, Milano, 2009, comentário Mt 22, 34-40). Eram comuns, portanto, debates acirrados quanto à hierarquia dos mesmos, para conseguir a sua perfeita seqüência. A tentativa era a de saber exatamente que preceito era mais importante que o outro. Qual seria o primeiro até chegar ao menos importante?

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”, perguntou um fariseu. Numa tradução literal do grego, a pergunta, na verdade, é: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei?”. Isto revela ainda mais a trama armada contra Jesus, pois a questão é posta de forma genérica: o grande. Como os fariseus entendiam que existe uma hierarquia entre os mandamentos e preceitos, poderiam perguntar de forma direta. Mas não o fizeram, justamente para deixar Jesus em situação desconfortável.

Jesus, mais uma vez, não caiu na armadilha planejada e, não querendo dar uma resposta que o comprometesse, nem deixar de fazê-lo refletir melhor sobre suas interpretações da Lei, não quis hierarquizar os mandamentos. Ele não entende que exista um mandamento mais importante que o outro, ou ainda, que um venha a anular o outro. Antes, quis indicar uma maneira de viver de forma que os mandamentos fundamentais fizessem parte do cotidiano de qualquer pessoa que crê em Deus.

Jesus, então, sintetiza toda a Lei e os profetas em dois mandamentos: amar a Deus é o primeiro, e amar ao próximo como a si mesmo é o segundo. Os dois mandamentos fazem parte de textos diferentes na Lei: o amor de Deus provém de Deuteronômio 6,5 e o amor ao próximo de Levítico 19,18. E conclui Jesus: “Toda a lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,40).

3. Atualizando a Palavra
Jesus sugere que todo o agir humano deve ter como princípio estes dois mandamentos. Qualquer preceito ou norma da Sagrada Escritura, ou que provenha dela, portanto, deve ser observado através do amor a Deus, a si mesmo e aos irmãos e irmãs. Este é o meio pelo qual viveremos os preceitos de Deus, não importando que lugar eles ocupem.

Os Santos padres muito escreveram sobre o amor. As Sagradas Escrituras são ricas em citações acerca do amor. João, por exemplo, partindo do princípio de que Deus é amor e quem permanecer no amor, permanece em Deus, convoca os cristãos a não temerem o julgamento que vem de Deus, pois “no amor não há medo” (1Jo 4, 18a).

E continuando, João nos dá a “fórmula” para compreendermos porque o amor habita em nós e devemos vivê-lo: “Nós amamos, porque ele nos amou primeiro” (1Jo 4,19). A nossa referência de amor, portanto, é Jesus Cristo, que nos revela o amor do Pai (cf. 1Jo 4,7).

Ora, “Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que tenhamos a vida por meio dele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4, 9-10). As nossas relações fraternas têm, origem e sentido em Deus, manifestado em Jesus Cristo.

A decorrência é bem concreta segundo João: “Se alguém disser: ‘Amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. E este é o mandamento que ele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1Jo 4, 20-21).

4. Ligando a Palavra com ação litúrgica
São Paulo vai advertir à comunidade de Roma: “O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei” (Rm 13,10). Como o amor de Deus se manifestou para nós em seu Filho e por ele aprendemos a viver o amor, foi em sua radicalidade de entrega da vida que este amor se concretizou e se revelou pleno cumprimento da Lei. Este mistério de amor nós proclamamos e celebramos na liturgia: “Na verdade, é bendito o vosso Filho, presente no meio de nós, quando nos reunimos por seu amor” (Oração Eucarística para as diversas circunstâncias II ou VI B).

E será em nossa celebração que o próprio Deus nos dirá em que consiste o seu amor por nós e como ele deve ser traduzido em nossas vidas. No versículo 20 do capítulo 22 do livro do Êxodo (primeira leitura) inicia-se a segunda parte do Código da aliança com leis absolutas acompanhadas das explicações para a sua observância. O texto escolhido para este domingo está dentro deste quadro e trata especificamente da justiça social no cuidado com os mais frágeis e indefesos da comunidade e, por decorrência, da sociedade, aqui representados pelo estrangeiro, a viúva, o órfão e o pobre.

Deus vem em auxílio dos pequenos e indefesos e assume suas dores, tomando partido a ser favor. Moisés fala aos israelitas em nome de Deus. Por isso, o Lecionário inicia o texto com a referência do Êxodo 20,22. Quando vê seus pequenos sendo oprimidos, Deus se enche de “cólera” e assume atitudes radicais de destruição dos malfeitores e sua descendência (cf. Ex 20,23). E Deus revela de onde vem seu ciúme em relação aos pequenos e pobres: “Seu clamor por mim, eu ouvirei, porque sou misericordioso” (Ex 20,26), ou seja, ele é aquele que entrega seu coração aos miseráveis, aos que não tem quem os defenda.

Por isso, a exigência de Jesus é que o nosso amor por Deus não seja fragmentado, mas seja de todo o nosso ser: coração, alma e entendimento. Dessa forma, o nosso amor para conosco mesmos e para com nossos irmãos e nossas irmãs será também total e não baseado na submissão ou na opressão pela exploração do outro, prática do Império Romano através dos impostos, como colocado por Jesus nos domingo passado.

Professaremos em nosso diálogo com Deus: “Eu vos amo, ó Senhor, sois minha força e salvação” (refrão do Salmo 17). Com isso, nos comprometeremos com o próprio Deus, porque, se não há diferença entre o amor que dedicamos a ele e o amor que dedicamos aos irmãos e irmãs, a nossa participação na liturgia deve ser validada por ações concretas em favor dos pequenos, excluídos e marginalizados de hoje como extensão da nossa fraternidade enquanto comunidade cristã. Comunidade que celebra o amor de Deus por nós.

Por isso, proclamamos na oração do dia, neste 30º DC: “Deus eterno e todo-poderoso, aumentais em nós a fé, e esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos os que prometeis”.

Oração dos fiéis:
Presidente: Roguemos a Deus que possamos por em prática a palavra de Cristo, expressa no Evangelho, pois não é a nossa boa vontade, mas sua graça, que nos salva.
1. Senhor, que a Igreja continue sendo presença constante e animadora junto às pessoas e lugares necessitados. Peçamos:
Todos: Faça-nos testemunhas do teu amor.
2. Senhor, que nosso relacionamento na família e na comunidade seja sempre marcado pelo mandamento do amor a Deus. Peçamos:
3. Senhor, para que nossas comunidades sejam exemplo de amor ao próximo, principalmente em suas atividades missionárias. Peçamos:
4. Senhor, ajudai a todos aqueles e aquelas que têm responsabilidades na animação da comunidade, a desempenharem esse serviço com amor. Peçamos:
(Outras intenções)
Presidente: Ouça, Senhor, nossa oração e renove a esperança de todos nós, num mundo mais humano e fraterno. Por Cristo, nosso Senhor. Todos: Amém.
III. LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Olhai, ó Deus, com bondade, as oferendas que colocamos diante de vós, e seja para vossa glória a celebração que realizamos. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO APÓS A COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus, que os vossos sacramentos produzam em nós o que significam, a fim de que um dia entremos em plena posse do mistério que agora celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ATIVIDADES DA SEMANA
Dia 25 de outubro – sábado: Assistir matrimônio em Campinas.

Dia 26 de outubro – domingo: Missa na Catedral Nossa Senhora das Dores, Limeira, SP. Eleição do segundo turno

Dia 28 de outubro – terça-feira: Reunião dos Bispos – formadores PUC-Campinas – 09h00; Missa – São Judas Tadeus – Araras – 19h30min – Padre Daniel.

Dia 29 de outubro – quarta-feira: Almoçar com Padre Tadeu e Marcos Daniel – 12h00. Crisma – Imaculada Conceição – Leme – Padre João Bosco – 19h30min.

Dia 30 de outubro – quinta-feira: Missa na comunidade Nossa Senhora Aparecida – da Paróquia Santa Rita de Cassia- Pirassununga – 19h30min.

Dia 31 de outubro – sexta-feira: Atendimento na residência episcopal – 09h00 até 11h00.

Dia 01 de novembro – sábado: Crisma na Paróquia Nossa Senhora das Graças – 19h30min – Padre Deivison.

Dia 02 de novembro – domingo: Missa – Cemitério Parque 17h00 – Padre Fernando. Missa – Paróquia Menino Jesus – Padre Eduardo – 19h00.

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:
Oração sobre os jovens
Presidente: Senhor, nosso Deus, os jovens precisam de Ti, para concretizar os projetos que trazem em seus corações. Oriente-os e abençoe-os + para que não errem e nem fracassem. Faça com que os outros valorizem seus esforços e a vontade de triunfar. Precisam de Ti, Senhor, para encontrar o apoio e a companhia de amigos leais. Conserve-os alegres e comunicativos com todos e livre-os sempre dos desvios perigosos. Abençoa com tua presença os seus caminhos para que levem ao mundo a força do teu amor.
Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém


Benção Final

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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