sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Promovido pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e dos Itinerantes, realizou-se em Roma, de 17 a 21 de novembro, o VII Congresso Mundial de Pastoral das Migrações. O encontro teve como objetivo discutir sobre as migrações por motivos laborais, que marca tão fortemente a sociedade contemporânea, para, a partir destas reflexões e das práticas pastorais existentes, identificar e propor à Igreja novas orientações pastorais em âmbitos internacional, regional e local.

Cerca de 300 participantes  debateram, estudaram e partilharam experiências e práticas pastorais sobre os temas: diáspora e cooperação ao desenvolvimento do mundo e da Igreja; a família migrante; os migrantes como parceiros no desenvolvimento dos países de origem, de trânsito e de destino; o papel das mulheres migrantes entre cooperação e desenvolvimento; dignidade do migrante, criado à imagem e semelhança de Deus; jovens migrantes: potencialidades na construção de pontes de cooperação entre as sociedades com vista ao desenvolvimento.
Em grupos, os participantes apresentaram propostas de ação em torno de quatro grandes temas: “A família migrante no contexto da Diáspora”; “Migrantes como parceiros e especificamente a Mulher Migrante como parceira na sociedade, na igreja, na pastoral”; “A dignidade dos Migrantes” e “Jovens Migrantes”.
A secretária executiva do Setor Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irmã Rosita Milesi, expôs no congresso sobre “Mulheres Migrantes”. Segundo irmã Rosita, as mulheres, atualmente, migram por necessidade, em busca do sustento para os filhos e a família. “Há que se reconhecer a dimensão positiva do papel da mulher, apoiá-la, dispensar-lhe específica atenção pastoral”, disse. O bispo referencial da Pastoral da Mobilidade Humana da CNBB, dom José Luis Ferreira Sales, também acompanhou o congresso.
Um breve documento final do encontro relata que as migrações continuam sendo um sinal dos tempos, fortemente marcados pelo medo e a falta de hospitalidade. O documento ainda será complementado e divulgado em sua totalidade. De acordo com irmã Rosita, os participantes concordaram na necessidade de animar a todos, inclusive sociedade civil e governo, a trabalhar em favor da adoção de políticas migratórias mais eficazes e amplas, com plena adesão às convenções internacionais, a fim de garantir oportunidades de emprego e dignas condições de vida. Ao mesmo tempo, sublinharam a responsabilidade da própria Igreja numa ação articulada entre as estruturas eclesiais nos países de origem, trânsito e destino, visando fortalecer também a pastoral transnacional, voltada a melhor apoiar e promover a necessária assistência aos migrantes.
No encerramento do evento, os participantes tiveram um encontro com o papa Francisco, que além de destacar várias orientações pastorais emanadas anteriormente, ressaltou que a Igreja, como Mãe, deve ser sem fronteiras, acolhendo a todas as pessoas com respeito e dignidade. Francisco ressaltou ainda, que a presença dos imigrantes faz recordar a necessidade de erradicar a desigualdade, a injustiça e os abusos, e lembrar que eles são parceiros na construção de uma rica identidade para as comunidades.

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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