sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

SANTA MARIA MÃE DE DEUS - 01 de janeiro de 2015

DIOCESE DE LIMEIRA – ANO B
SANTA MARIA MÃE DE DEUS - 01 de janeiro de 2015

“Quando à Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração” 

Leituras: Números 6, 22-27; Salmo 67 (66), 2-3.5-6.8 (R/cf. 2a); Carta de São Paulo aos Gálatas 4, 4-7; Lucas 2, 16-21.

COR LITÚRGICA: BRANCA OU DOURADA
Animador: Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na  casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça” (EG 286).  


1. Situando-nos
A celebração da Solenidade de Santa Maria, sob o titulo de Mãe de Deus, é a festa mariana mais antiga para o rito romano. Nasceu como celebração da oitava do Natal e a reforma conciliar a preservou, recuperando seu sentido mais genuíno.

A Solenidade nos recorda o dia em que o Menino recebeu o nome, que quer dizer: “Deus salva”. Ao afirmar que o Menino, nascido de Maria, é Deus, a Igreja proclama que Maria é Mãe de Deus.

No “Dia Mundial da Paz”, iniciamos um novo ano. No mundo inteiro, a paz é desejada e suplicada como sinal de benção e da proteção permanente de Deus. É, em nome de Jesus, a plenitude, que invocamos a benção para o novo ano que começa.

Com o Ano novo, acolhemos um tempo de graça, de renovação de nossos anseios, colocando a segurança de nossa vida em valores que transcendem o tempo e a história. O amor, a alegria, a paz e a concórdia são razoes suficientes para sorri e lutar, abrindo um horizonte de esperança e de boas realizações.
A CNBB definiu o ano de 2015 como ao Ano da Paz no Brasil, que teve inicio no Primeiro Domingo de Advento e encerra-se na celebração do Natal do corrente ano.

2. Recordando a Palavra
No Livro de Números, capítulo 6, Deus fala a Moisés que transmita as palavras de benção a Aarão e seus filhos. E eles são encarregados de abençoar os filhos de Israel. Essa missão passa aos sacerdotes que abençoavam o povo na festa do Ano Novo (Yom Kipur), invocando três vezes o nome do Senhor. A benção se fundamenta na eficácia da Palavra. A imposição do nome de Deus da Aliança era atualização da própria Aliança, com suas promessas e exigências, realizando a própria vinda de Deus com o dom da salvação.

Para o israelita, o nome significa a presença da própria pessoa. Esse dom se concretiza pelas três fórmulas de augúrio que acompanham o nome de Deus, exprimindo: a benção e a proteção – benção, fonte de vida e proteção traz segurança: a graça e a amizade: presença amiga de Deus que mostra um rosto sorridente; o acolhimento e o dom da felicidade: olhar benevolente e acolhedor de Deus; a paz é o estado de felicidade plena.

No Evangelho, o nome de “Deus que salva” foi dado a Jesus. Ele é a benção do Deus que salva a humanidade. Isto comporta dizer que Deus fala em seu Filho, nos abençoa por sua natividade. Para o povo israelita e todo o povo semita, a benção tem força para produzir a salvação.

O Salmo 67 (66) é ação de graças coletiva. O povo agradece a Deus após a festa da colheita, e aprende que ele é o Senhor do mundo. Deus é o Deus da aliança para todos os povos da terra. Ele julga a terra com justiça e retidão e nos dá sua benção fazendo a terra produzir frutos.

A segunda leitura (Gl 4,4-7) aponta melhor em que consiste a graça e a benção de Deus: em sermos chamados de filhos e filhas de Deus a partir da encarnação. Os frutos que nos chegam pela benção de Deus, dita em seu Filho, no mistério de sua encarnação, têm a ver com a filiação divina que recebemos, por gratuidade, e que o texto exprime em termos de “adoção”. É como se disséssemos: pela encarnação a humanidade está tão impregnada de Deus que é chamada também de “filha de Deus”.

O Filho de Maria resgata-nos da Lei e nos torna filhos. A maior benção de Deus Pai, portanto, é seu filho Jesus, nascido de Maria, na plenitude do tempo messiânico, coroamento da esperança longamente guardada pelo povo.

Nasceu submisso à Lei, como sua Mãe, para que nos tornássemos filhos do mesmo Pai. Tornando-nos filhos, Deus enviou-nos o Espírito de seu Filho para que possamos clamar: Paizinho! Não somos escravos, mas filhos e herdeiros. Graças a Deus!

O Evangelho (Lc 2, 16-21) é a continuação a noite de Natal. Após terem recebido o anúncio do Anjo, os pastores vão comprovar a mensagem e voltam glorificando a Deus. No oitavo dia, realiza-se a circuncisão. Rito mediante o qual se começava a fazer parte do povo eleito, recebendo um nome que exprimia a missão que o novo membro assumia no conjunto do povo da aliança. Jesus será, como o nome indica, o realizador da salvação.

Em meio a esta dinâmica, o evangelista registra o papel de Maria, que guarda tudo na memória e medita. Maria torna-se assim modelo da Igreja que contempla os mistérios da vinda de Cristo.

Na verdade, o Evangelho salienta mais o rito da imposição do nome a Jesus, do que a própria circuncisão. O nome indicava a função que a pessoa iria desenvolver no meio do Povo da Aliança. Jesus é o realizador da salvação e quem o segue torna-se herdeiro desse nome, recebendo também a missão de dedicar a vida à salvação de tudo o que está perdido. Como Jesus, podemos ser benção de Deus que salva.

Em algumas situações, a benção tem se tornado algo meio infantil, certamente porque não conhecemos bem que abençoar é por o nome de Deus sobre o povo. É bom recuperar o sentido judaico da benção. Em muitas famílias, ainda há essa cultura preservada com muita seriedade e fé. A benção é sempre de Deus que nos guarda, nos ilumina, que é bondoso conosco, que nos mostra sua face de Pai e que nos dá a paz. Podemos ser portadores desses dons em nome do próprio Deus. A paz cultivada e desejada abrange todos os bens e dons, abundantemente derramada sobre todos nós.

Somos filhos (as) herdeiros (as) de Deus; não somos escravos (as), e podemos clamar como Jesus: Abba! Pai! Se chamamos Deus de Pai e nos sentimos filhos, reconheçamos que não somos filhos únicos, mas temos irmãs e irmãos que, como nós, precisam da benção e da paz.

3. Atualizando a Palavra
Maria é exemplo da comunidade cristã que aceita a Boa-Nova. Ela é exemplo de quem acredita na ida, vencendo a morte e a escravidão, destruindo o medo e as inseguranças. São os pobres que acolhem Jesus nos braços de Maria.

A salvação eterna é conferida à humanidade inteira, conforme reza a oração do dia. O caráter mariano desta celebração liga-se a este fato. Uma vez habitando o ventre de uma mulher e dela nascendo, a salvação nos alcança e transforma por dentro, elevando à mais alta dignidade a nossa humanidade. Por isso, se poderá dizer que quanto mais humanos formos, mais divinos estaremos nos tornando. Mas não por mérito nosso ou razoes humanas, mas pelo querer de Deus. Afinal, é do seio de uma “Virgem” que nos vem tão grande evento.

O mundo novo que nos vem pelo Príncipe da Paz é constituído por homens e mulheres novos (as), humanizados por Deus, por sua palavra, por seu agir, por sua presença. No início do ano civil, dia dedicado a honrar a paz, é salutar nos deixar interpelar por um Deus que pergunta a quantas anda nossa humanidade. Num tempo em que é tão propício e comum exteriorizar votos de prosperidade, cai bem verificar se o centro vital do homem e da mulher de hoje estão novo, resplendentes. Se são capazes de fato, do “canto novo” que o versículo da antífona de entrada recordar: “Cantai, cantai ao Senhor, um cano novo um louvor!”

4. Ligando a Palavra com a ação eucarística
Nesta celebração, nós bendizemos a Deus pelo sim de Maria e nos comprometemos a ser uma benção e portadores da paz para o mundo.

Na celebração, o Pai nos oferece a salvação em Jesus Salvador e nós assumimos o cultivo da paz em nossa realidade marcada por violência, conflitos e guerras.

Com Maria, Mãe de Deus, damos graças ao Pai que nos cumular de bênçãos duradouras em seu Filho, Deus humanizado e, por nós, morto e ressuscitado. Participamos do mistério de sua manifestação, oferecendo-nos com Ele o Pai, comungando de seu corpo e sangue e abrindo-nos à ação solidária com nossos irmãos e irmãs, sobretudo os mais pobres, os pastores de hoje.

Maria, lembrada nesta solenidade como Mãe de Deus porque o Verbo nela fez morada, é imagem da Igreja que traz consigo a Palavra de Deus e apresenta ao mundo. Assim, é Mãe de Deus, mas também da Igreja, conforme reza a oração depois da comunhão. A comunidade dos fiéis, qual Corpo de Cristo, é gerada sempre de novo quando celebra a Eucaristia. O que se diz em mistério da Mãe do Senhor, se cumpre na Igreja em Oração.

Quando na ação de graças os olhos dos fiéis se voltam para Deus e suas mentes nele são postas – Corações ao Alto! O nosso coração está em Deus – significa que, olhando ao redor, contemplando o mundo, esses mesmos olhos reconhecem nele a Palavra de Deus. Seu falar habita tudo o que é dito como sinônimo de benção.

PRECES DOS FIÉIS
Presidente:  Ao iniciar este ano de 2015 imploremos a ajuda de Deus.
1. Senhor, por todos nós e por nossa comunidade paroquial de N, para que possamos ter um ano de progresso no respeito à vida e à dignidade da pessoa humana. Peçamos:
Todos: Pai, atendei-nos!
2. Senhor, pelo papa Francisco, pelo nosso bispo Vilson, pelos sacerdotes e todos os cristãos, para que possamos transmitir a alegria e mostremos em nossa vida o rosto misericordioso do Deus da Paz. Peçamos:
3. Senhor, por todos os povos da terra e de um modo especial pelos que sofrem os horrores da guerra ou a crueldade terrorista, para que possam viver em paz e prosperidade. Peçamos:
4. Senhor, por todos aqueles que ao longo deste ano que termina viveram acontecimentos importantes para suas vidas: pelas crianças que nasceram, os casais que se casaram, as pessoas que se reconciliaram..., para que sejam sempre abençoados. Peçamos:
(Outras intenções)

Presidente: Atende, Senhor, a oração de seus filhos e filhas, que por intercessão de Maria, Mãe de Deus, querem fazer o propósito de converter as derrotas em vitórias, neste ano que se inicia. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

III. LITURGIA EUCARÍSTICA
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS:
Presidente: Ó Deus, que levais à perfeição os vossos dons, concedei aos vossos filhos, na festa da Mãe de Deus, que alegrando-se com as primícias da vossa graça, possam alcançar a sua plenitude. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO:
Presidente: Ó Deus de bondade, cheios de júbilo, recebemos os sacramentos celestes; concedei que eles nos conduzam à vida eterna, a nós que proclamamos a Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Por Cristo, nosso Senhor.
Todos: Amém.

V. RITOS FINAIS

BÊNÇÃO E DESPEDIDA:


Presidente: (Dá a bênção e despede a todos com carinho)

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Reflexão

Todas as pessoas costumam falar em justiça ,mas para a maioria delas o fundamento dessa justiça são princípios e valores humanos, principalmente o que está escrito nas leis. Para nós cristãos, esse critério não é suficiente para entendermos verdadeiramente o que é justiça. Não é suficiente em primeiro lugar porque nem tudo o que é legal, é justo ou moral, como por exemplo a legalização do divórcio, do aborto ou da eutanásia. Também devemos levar em consideração que todas as pessoas, embora sejam seres naturais, possuem um dom de Deus que faz delas superiores à natureza, participantes da vida divina, e como Deus é amor, o amor é, para quem crê, o único e verdadeiro critério da justiça

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